23 de janeiro de 2023
13:01
Daniel Amorim – Da Agência Amazônia
MANAUS – O município de Barreirinha, situado a 330 quilômetros de Manaus, capital do Amazonas, foi uma das localidades escolhidas para participar do projeto que busca melhorar a cobertura vacinal no Brasil.
Idealizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e elaborado em parceria com a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, o projeto “Busca Ativa Vacinal” vai auxiliar na identificação de crianças em atraso no calendário de imunizações.
A fase piloto da iniciativa, que consiste em um cadastro provisório, já foi encerrada e, em março, será disponibilizada uma plataforma para ajudar agentes de saúde a vacinar populações com baixa cobertura. A ‘força-tarefa’ inclui professores, assistentes sociais e profissionais, que também atuarão na busca por crianças que ainda não receberam vacinas.
Além de Barreirinha, testes também foram aplicados nas cidades Abaetetuba (PA), Baturité (CE) e Campina Grande (PB). Houve melhoria de taxa de vacinação em todas as localidades, inclusive, entre adultos.
Segundo a chefe de Saúde do Unicef no Brasil, Cristina Albuquerque, a ideia é que esse esforço vá além da secretaria de saúde de cada município. “Com a situação tão grave das baixas coberturas, fica difícil para o setor saúde fazer sozinho o trabalho de recuperar as altas coberturas”.
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Na segunda fase do projeto, que se inicia em março, será disponibilizado um aplicativo que fotografará as carteiras de vacinação das crianças. Um banco de dados vai abrigar as imagens com o respectivo endereço. Dessa forma, o poder público terá condições de fazer o planejamento de entrega e aplicação de imunizantes em áreas com déficit de cobertura.
Dificuldade em logística
De acordo o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal da população brasileira vem caindo. Em 2021, menos de 59% dos cidadãos estavam imunizados. A meta é 95%. Nove Estados do Norte e Nordeste apresentam cobertura vacinal contra a poliomelite, por exemplo, abaixo de 70%. Pará (56%), Roraima (50%) e Amapá (44%) lideram o ranking da situação mais preocupante.
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Cristina Albuquerque explica que o motivo do atraso não pode ser atribuído à recusa dos pais ou divulgação de ‘fake news’. As dificuldades logísticas em comunidades carentes são o principal fator que influencia a queda na cobertura.