21 de setembro de 2021
19:09
Carolina Givoni – Da Cenarium
MANAUS – A oposição ao governador Wilson Lima (PSC), na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), tem se resumido à dupla Wilker Barreto e Dermilson Chagas, ambos sem partidos, que está cada vez mais isolada. Isso porque enquanto atacam o governo na tentativa de desestabilizar a gestão estadual, Wilson Lima lança programas e executa investimentos, em Manaus e no interior do Estado. Ao contrário dos antecessores, Lima mantém intensa agenda de viagens ao interior, levando ações do Estado, como tem feito desde o início do mandato, em 2019.
Nos últimos meses, o Estado lançou programas estruturantes nas áreas da Educação, Segurança Pública e Saúde. O pacote de obras de infraestrutura também está em andamento, com investimentos na casa de R$ 1 bilhão. Há uma semana, o governador lançou o Cartão Auxílio Estadual permanente, que beneficiará 300 mil famílias, metade em Manaus e a outra parte no interior amazonense. Os beneficiários são pessoas em vulnerabilidade social, que tiveram situação agravada com a pandemia.
Investigação
Na sessão plenária da Assembleia nessa terça-feira, 21, Wilker e Dermilson usaram a tribuna para repercutir a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que acolheu denúncia contra o governador, o vice-governador Carlos Almeida, e mais 12 pessoas, em ação que apura a compra, no ano passado, de respiradores pulmonares para atendimento de pacientes com Covid-19.
Os dois parlamentares, que até outro dia eram aliados de primeira hora do ex-governador Amazonino Mendes, não gostaram de ouvir dos demais colegas de parlamento que o fato do STJ aceitar a denúncia não condena ninguém. E que a ação dá apenas início à ação na Justiça, momento em que todos envolvidos também podem apresentar defesa e provar inocência.
Pela denúncia, o Estado adquiriu respiradores com preços acima dos praticados pelo mercado, com dispensa de licitação. Durante a pandemia, a demanda por respiradores aumentou em todo o mundo, o que fez elevar o preço do produto como nunca antes visto. Em sua defesa, o Estado explica que fez uso da modalidade dispensa de licitação para acelerar, no auge da pandemia, o processo de compra do produto.
Por trás da intolerância de Wilker e Dermilson, que usam o mandato para tentar desgastar a imagem do governo com críticas sobre tudo, está a não aceitação da derrota do grupo do qual pertenciam até pouco tempo nas eleições de 2018. Na ocasião, Amazonino era governador tampão e foi derrotado por Wilson Lima. Para a dupla, líder de Amazonino na Assembleia Legislativa, a derrota nas urnas significou perda de influência na gestão estadual.
Outro lado
A equipe de reportagem entrou em contato com os deputados Wilker Barreto e Dermilson Chagas sobre a publicação, mas até o fechamento da matéria ambos não se posicionaram.