Brasília: governador do AM e prefeito de Manaus voltam a se reunir com Alckmin para tratar sobre seca

Da esquerda a direita: governador do Amazonas, Wilson Lima; vice-presidente, Geraldo Alckmin; e prefeito, David Almeida (Edição: Mateus Moura)

18 de outubro de 2023

14:10

Yana Lima – Da Agência Amazônia

MANAUS (AM) – A crise ambiental, humanitária e econômica causada pela seca histórica no Amazonas será pauta de uma reunião entre o governador Wilson Lima (União) e o prefeito da capital, David Almeida (Avante), com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O encontro envolve, ainda, pelo menos outros sete ministros, secretários dos governos federal e estadual, e a bancada federal do Estado. A agenda está marcada para esta quarta-feira, 18, às 12h, em Brasília.

Serão discutidas propostas de ajuda ao Estado que, embora seja dono da maior bacia hidrográfica do mundo, vive a pior seca de sua história. Dos 62 municípios amazonenses, 59 estão em emergência — incluindo a capital, Manaus — um em alerta, e dois em situação de normalidade. A seca no Rio Negro atingiu o nível mais crítico de sua história nesta quarta-feira, 18, com 13,38 metros, 21 centímetros a menos do que seu nível mais baixo anterior, em 2010.

Governador do Amazonas, Wilson Lima (Divulgação/Governo do Amazonas)

Wilson Lima adiantou nessa terça-feira, 17, que na sexta-feira, 20, o governo federal deve iniciar a dragagem no Rio Amazonas. Mas, segundo ele, a expectativa é que o vice-presidente anuncie novos esforços para dar suporte ao Estado neste momento de crise.

O prefeito de Manaus, David Almeida, explicou que sua principal pauta será o pedido de medidas emergenciais para aliviar o sofrimento das comunidades afetadas. A Prefeitura da cidade já tem prestado auxílio humanitário a mais de 5 mil famílias nas áreas circundantes da capital.

O prefeito de Manaus, David Almeida, acompanhado do vice-presidente, Geraldo Alckmin. (Foto: Divulgação/Semcom)

Também devem participar da reunião:

  • Rui Costa, ministro de Estado Chefe da Casa Civil;
  • Renan Filho, ministro de Estado dos Transportes;
  • Silvio Costa Filho, ministro de Estado de Portos e Aeroportos;
  • Wellington Dias, ministro de Estado do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome;
  • Marina Silva, ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima;
  • Waldez Góes, ministro de Estado da Integração e Desenvolvimento Regional;
  • Alexandre Padilha, ministro de Estado da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República;
  • Ricardo Zamona, secretário-executivo da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República;
  • Inês Carolina Simonetti, secretária de Estado de Relações Federativas e Internacionais do Estado do Amazonas;
  • Eduardo Taveira, secretário do Meio Ambiente do Estado do Amazonas;
  • Orleilson Muniz, comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Amazonas;
  • Bancada Federal do Estado do Amazonas
Crise

Mais de 577 mil pessoas na Região Norte sofrem com os efeitos da vazante, entre eles, isolamento e desabastecimento. Além do Amazonas, Estado mais afetado, populações do Acre, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima também sofrem as consequências como escassez de água e comida, além de prejuízos à navegação, principal meio de transporte na região.

No início deste mês, uma comitiva liderada por Alckmin visitou o Amazonas, sobrevoando áreas afetadas pela seca e anunciando a alocação de recursos e projetos de drenagem de rios para melhorar a navegabilidade da região.

Porto de Manaus (Foto: Ricardo Oliveira / Revista Cenarium)

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, também anunciou recentemente um repasse de R$ 225 milhões para a área da saúde no Amazonas, com o objetivo de ajudar no atendimento médico às comunidades afetadas.

Os impactos chegam também à indústria. Devido à falta de insumos no Polo Industrial de Manaus (PIM), 35 empresas devem dar férias coletivas a pelo menos 17 mil trabalhadores. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio-AM), o desabastecimento é iminente, a menos que sejam tomadas medidas, imediatamente, para enfrentar a crise de navegação provocada pela seca recorde. A crise logística deve afetar a principal data comercial, as festas de fim de ano, e a Black Friday, em novembro.

Leia também: A reunião ocorre no dia em que o Rio Negro atingiu o menor nível em 121 anos.

Edição: Marcela Leiros

Revisão: Gustavo Gilona