Câmara aprova Reforma Tributária com IPI apenas para Zona Franca de Manaus

Da esquerda para a direita, Bernand Appy, secretário extraordinário da Reforma Tributária; senador Omar Aziz; senador Eduardo Braga; presidente do GT da reforma, deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG); e o relator da reforma na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) (Pedro Ladeira/Folhapress)

16 de dezembro de 2023

16:12

Jefferson Ramos – Da Agência Amazônia*

MANAUS (AM) – Em uma votação histórica, a Câmara dos Deputados deu novo aval nesta sexta-feira, 15, à Reforma Tributária, que unifica cinco tributos sobre consumo e coloca o Brasil no mapa dos países que adotam um sistema IVA (Imposto sobre Valor Agregado). A proposta fica, agora, a um passo da promulgação.

Na mesma votação, a Casa decidiu manter a competitividade da ZFM pelo Imposto Sobre Produto Industrializado (IPI), descartando a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Na avaliação de parlamentares consultados pela AGÊNCIA AMAZÔNIAas alterações não tiram a competitividade do Polo Industrial de Manaus (PIM).

Com isso, os insumos produzidos na Zona Franca terão alíquota zero em relação aos de outros Estados. 

O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi aprovado em primeiro turno por 371 votos a 121. Foi uma larga vantagem em relação aos 308 votos necessários para uma alteração constitucional, mas inferior ao placar de 382 a 118 observado na primeira votação na Câmara em julho.

Cerca de quatro horas depois, o texto-base foi aprovado em segundo turno pelo plenário, por 365 votos a 118. Há, ainda, previsão de destaques que podem resultar em alterações no conteúdo da proposta.

Segundo o relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), a reforma seguirá para a promulgação pelo Congresso Nacional. “Fizemos [as mudanças] de forma a não ter devolução para o Senado […] Estaremos prontos para promulgar a Reforma Tributária do Brasil”, disse.

O relator da proposta de reforma tributária, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), em entrevista coletiva nesta sexta (15). Ribeiro é um homem branco, de cabelos brancos. Veste paletó escuro, camisa branca e gravata amarela.
O relator da proposta de Reforma Tributária, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 15 (Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

A promulgação, no entanto, será o primeiro passo de um longo percurso até a implementação efetiva do novo sistema tributário, que começará em 2026 e será concluído no início de 2033.

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(*) Com informações da Folhapress