Candidata ao Governo de RR, Teresa Surita denuncia tentativa de intimidação pelo governador; ‘Não tenho medo de você’

Teresa Surita e Antonio Denarium (Arte: Mateus Moura)

29 de setembro de 2022

13:09

Gabriel Abreu – Da Agência Amazônia

BOA VISTA – A três dias do primeiro turno das Eleições 2022, os candidatos Teresa Surita (MDB), ao Governo de Roraima, e Romero Jucá, ao Senado, denunciaram no início da noite desta quarta-feira, 28, a tentativa de intimidação do atual governador e também candidato à reeleição, Antonio Denarium (Progressistas).

De acordo com os dois candidatos que relataram o episódio nas redes sociais, o governador tem utilizado a Polícia Militar para abordar os voluntários e apoiadores próximo ao escritório de campanha dos Mdbistas.

Segundo apuração da AGÊNCIA AMAZÔNIA, o governador tem utilizado carros da PM para ficar em frente dos comitês dos candidatos Teresa Surita e Romero Jucá, os fatos começaram há pelo menos 15 dias. Pelo menos dois veículos da corporação foram vistos em frente ao comitê de campanha da candidata, no Studio 15, e na produtora responsável pela campanha dos dois candidatos.

Teresa Surita afirmou que não tem medo do atual governador. “Denarium, eu não tenho medo de você. Você não me intimida e nosso povo tem coragem e não tem preço. O grito de liberdade será dado nas urnas”, elencou Teresa.

Em outra postagem, Teresa lembrou que Denarium não compareceu a nenhum debate e que não teve coragem de enfrentá-la. “O Denarium não tem coragem de me enfrentar no debate, e tenta me intimidar e se utiliza da polícia mandando em todos nossos prédios, abordam nossos voluntários na rua para intimidar. Denarium, eu não tenho medo de você. Respeite a corporação da Polícia Militar. Aja como homem”, afirmou Teresa, que lembrou, ainda, que o “papel da polícia é proteger a população. Intimidar as pessoas e usar a máquina pública para se manter no poder é o que eles estão fazendo desde o início da campanha”, finalizou.

O candidato ao Senado Romero Jucá (MDB) afirmou que “É inadmissível que o atual governador utilize a Polícia Militar para pressionar e intimidar seus concorrentes políticos. Neste domingo, dia 2 de outubro, Roraima vai dar o seu grito de liberdade nas urnas e a nossa PM, tão importante para a sociedade, voltará a atuar de forma institucional, para defender a população, sem sofrer pressão de quem está na cadeira do governo. A vitória será de todo o Estado”, destacou Jucá.

Reprovável

A doutora em Ciência Política Antônia Miguel, ouvida pela AGÊNCIA AMAZÔNIA para analisar o episódio que ocorre a poucos dias do primeiro turno, afirmou que qualquer tipo de intimidação entre candidatos é reprovável e condenável pela própria Justiça Eleitoral.

“Esse tipo de ocorrência não é saudável para a Democracia porque cria um ambiente de hostilidade na campanha eleitoral que deveria ser um momento de debater projetos de governo, o que cada candidato propõe para o Estado nos próximos quatro anos. Tentar desconstruir a imagem de candidato adversário como estratégia de campanha é uma prática antiga nas eleições, mas qualquer tipo de intimidação entre candidatos é reprovável e condenável pela própria Justiça Eleitoral”, lamentou.

Antonia Miguel explica, ainda, que numa democracia qualquer candidato pode conduzir sua campanha com tranquilidade e segurança, pois o voto deve ser conquistado por meio da apresentação e discussão de propostas com o eleitorado.

“Esse tipo de episódio prejudica o que deveria predominar na campanha eleitoral, o debate e apresentação de projetos/propostas para o eleitor decidir qual candidato representa melhor o que ele, enquanto cidadão, quer para o seu Estado em termos, por exemplo, de educação, saúde, educação, segurança e cultura”, destacou Antonia.