18 de abril de 2023

21:04

Priscilla Peixoto – Agência Amazônia

MANAUS – “A ciência e meio ambiente são pautas urgentes para o País, para o jornalismo e para a discussão quanto ao ensino da profissão“. A declaração é do jornalista e doutor em Sociedade e Cultura na Amazônia, Allan Rodrigues, um dos participantes do 22° Encontro Nacional de Jornalismo (ENEjor) e do 3° Congresso de Jornalismo da Amazônia (CONjor) que serão realizados de 25 a 28 de abril na Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Com o tema Ciência e Meio Ambiente: urgência para o ensino de jornalismo, o evento, anualmente realizado pela Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (ABEJ), tem como intuito promover reflexões sobre o ensino e a prática do jornalismo. Na leitura de Allan Rodrigues, a programação é de extrema relevância para as discussões acerca dos desafios do ensino de jornalismo e, principalmente, quanto aos temas Ciência e Meio Ambiente, pautas cada vez mais debatidas mundialmente e que precisam ser abordadas por um jornalismo de qualidade.

“Creio que com o advento da desinformação, as chamadas fake news e todas as ameaças à democracia, por todo o mundo e, particularmente, no Brasil, durante a pandemia, que sofreu com o negacionismo, com os retrocessos democráticos. Nunca o jornalismo de qualidade foi tão necessário”, diz Allan que complementa:

“Quando falamos de jornalismo de qualidade, temos que falar de formação, do ensino do jornalismo. Por isso, esse evento tem suma importância, pois coordenadores de curso, professores, pesquisadores, estudantes de todo Brasil vão debater como melhorar o ensino do jornalismo. Como fazer com que o ofício dê respostas à sociedade e possa cumprir seu papel social“, destaca.

Ciência e Meio Ambiente

Conforme Rodrigues, a temática Ciência e Meio Ambiente vem dentro das necessidades do jornalismo, pois é uma das pautas mais atacadas nos últimos anos.

“Durante o período da pandemia, grupos disseminaram a desinformação que, inclusive, provocaram mortes falando contra a vacina, contra as medidas de prevenção contra a Covid (…), o meio ambiente também foi outro grande atacado. A Amazônia nunca foi tão desmatada, os órgãos de fiscalização, como o Ibama, nunca foram tão destruídos, nunca o Brasil foi tão malvisto no mundo com relação à pauta. Por isso, precisamos olhar essas questões com prioridade“, ressalta.

Programação

A programação vai contar com oficinas, painéis, palestras, conferências regionais, nacionais e internacionais, mesas-redondas, apresentações de pesquisas em grupos de trabalho (on-line) e oportunidades de atualização para os estudantes de jornalismo. Pela primeira vez, serão oferecidos minicursos para formação continuada de docentes.

Com a missão de participar do painel sobre jornalismo científico e ambiental, no Brasil, Allan Rodrigues vai abordar a experiência do grupo de pesquisa “Comunicação Cultura e Amazônia”, que há anos se dedica ao estudo e pesquisa do jornalismo científico ambiental não só na Amazônia como no Brasil.

“Vamos mostrar o resultado de nossas pesquisas que, inclusive, publicamos dois livros falando sobre ciência e meio ambiente, no Brasil, sobre nossas experiências, dos diagnósticos acerca dessa qualidade ou falta dela em relação ao jornalismo científico e ambiental, no Brasil, e exercer essa troca de conhecimento e aprendizado com os demais colegas“, conta o jornalista.

A agenda será híbrida e os inscritos também poderão apresentar papers de forma remota, assistir às conferências, palestras e mesas-redondas pelo canal Portal da Ciência, no YouTube. Segundo a comissão organizadora, todos os profissionais e/ou interessados no campo da Comunicação podem participar. As informações sobre os diferentes prazos quanto às inscrições, submissão de trabalhos e outras informações sobre a programação estão disponíveis no site oficial do evento.