Direitos humanos: 82% dos brasileiros apoiam demarcação de Terras Indígenas, aponta estudo

Grupo de indígenas Guarani-Kaiowa protesta pedindo demarcação de terras em frente ao Palácio do Planalto (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

23 de setembro de 2022

14:09

Marcela Leiros – Da Agência Amazônia

MANAUS – O direito dos povos indígenas à demarcação de terras é apoiado por 82% dos brasileiros, segundo estudo da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e apoio do Fundo Canadá para Iniciativas Locais (Fcil). O levantamento tem por base dados coletados pelo Datafolha por amostra com 2.100 pessoas, entre os dias 3 e 13 de agosto.

De acordo com o estudo “Violência e Democracia: panorama brasileiro pré-eleições de 2022 – Percepções sobre medo de Violência, Autoritarismo e Democracia”, a pauta ambiental no País ganhou crescente importância na população recentemente, quando se aproximou mais do cotidiano das pessoas devido à repercussão na mídia e aumento da violência e crimes ambientais na Amazônia.

“A recente repercussão internacional da violência na Região Amazônica e o aumento dos índices de desmatamento e desastres naturais relacionados à questão climática aproximaram o tema do cotidiano e das preocupações do restante do País, conferindo à pauta ambiental importância crescente”, diz o estudo.

Vale lembrar que foi na região amazônica, mais precisamente no Vale do Javari, local com o maior número de indígenas isolados do mundo, que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico “Dom” Phillips foram assassinados por pescadores ilegais.

Apoio aos direitos humanos e sociais

A pesquisa revela, ainda, que a agenda de direitos civis, sociais, políticos e humanos tem ganhado adeptos e tem sido vista como fator de proteção diante de ameaças, “ao contrário do que os mais pessimistas poderiam supor”.

“Os entrevistados reconhecem o racismo existente na sociedade brasileira e, de igual forma, são
majoritariamente contra o armamento da população civil; são a favor da demarcação de Terras Indígenas, entre outros direitos previstos na Constituição Federal. Há grande concordância de que aqueles que passam fome devem ser amparados pelo Estado, subiu o nível de apoio a famílias homossexuais e também a percepção de que a condição dos presídios deve ser melhorada”, diz o estudo.

Os números mostram que 83,4% reconhecem que existe racismo no Brasil; em 2017, esse número era de 70%. Já 92,1% acreditam que se uma pessoa está passando fome, é essencial que receba assistência pública, seja de prefeituras, governo do Estado ou governo federal. E 75,2% discordam totalmente que os homossexuais são quase criminosos e deveriam receber um castigo severo.

Confira a pesquisa na íntegra: