EDITORIAL – Cúpula da Amazônia é ‘prova de fogo’ para Marina e Governo Lula, por Márcia Guimarães

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante foto oficial com os chefes de Estado e de Governo dos países signatários do Tratado de Cooperação Amazônica (Ricardo Stuckert/PR)

08 de agosto de 2023

21:08

A pauta socioambiental é um dos principais eixos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que faz da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, uma das peças-chave da gestão federal. Por essa razão, é ela quem estampa a capa desta edição.

Em entrevista exclusiva à CEO da REDE CENARIUM AMAZÔNIA, Paula Littaif, a ministra respondeu a questionamentos sobre desafios políticos, ambientais e sociais. Desafios que passam também pela realização da Cúpula da Amazônia, em Belém (PA), onde a missão é costurar o alinhamento de interesses, propostas e medidas efetivas entre lideranças de oito países amazônicos.

Na Cúpula, Marina aposta que “o momento é de cooperação” e que o evento não será apenas simbólico, mas resultará em decisões com encaminhamento prático, com viabilização de financiamentos, dentre outras medidas. Decisões práticas que, segundo a ministra, começaram a ser desenhadas na reunião preparatória de 8 de julho deste ano, em Letícia, na Colômbia. A missão é árdua e precisa fazer
chegar benefício econômico e social, com conservação ambiental, às 38 milhões de pessoas que vivem na Amazônia, no Brasil e em mais oito países, das quais mais de 28 milhões estão na Amazônia Legal brasileira.

Pelas mãos de Marina passam ainda questões de alta complexidade, como a exploração de petróleo da Foz do Rio Amazonas; a conclusão da BR-319; o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm); o desmatamento zero em todos os biomas até 2030 e a transformação do Brasil em um País de desenvolvimento sustentável. Tudo isso ao mesmo
tempo em que forças políticas atuam em contrário à permanência dela no governo.

Sendo peça-chave do Governo Lula, Marina é, ao mesmo tempo, trunfo e ponto sensível. Trunfo, porque sua história confere lastro ao discurso socioambiental da atual gestão. Ponto sensível, porque se torna alvo de adversários políticos do presidente, justamente pelo que representa. Mas, como a própria ministra disse, em resposta a um deputado que a acusou de querer “lacrar” ao usar o termo “ogronegócio”, ela é uma “mulher preta, pobre, que chegou aqui porque ralou muito, não porque lacrou”. Na entrevista de capa, Marina mostra pelo que seguirá lutando.

O assunto foi tema de capa e especial jornalístico da nova edição da REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA do mês de agosto de 2023. Acesse aqui para ler o conteúdo completo.

(Reprodução)