Eleitores de Vilhena, em RO, vão escolher novo prefeito e vice em outubro; Justiça manteve condenação por abuso de poder

Eduardo Japonês (PSC) e Patrícia da Glória (PV) foram condenados por manipular as redes sociais da prefeitura em favorecimento próprio (Reprodução)

06 de agosto de 2022

16:08

Iury Lima – Da Agência Amazônia

VILHENA (RO) – Eleitores de Vilhena, cidade do interior de Rondônia, a 705 quilômetros de Porto Velho, terão de ir às urnas duas vezes, em outubro, mesmo que não haja segundo turno na corrida eleitoral deste ano. Isso porque o município está sendo gerido por uma gestão interina, desde que o prefeito Eduardo Toshiya Tsuru (PSC) e a vice-prefeita Patrícia Aparecida da Glória (PV) tiveram os mandatos cassados e foram declarados inelegíveis até 2028 pelo Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO).

A escolha dos novos mandatários do Executivo ficou marcada para o dia 30 de outubro e a resolução que define a eleição suplementar, no município de 102 mil habitantes, foi publicada pelo TRE-RO, na última sexta-feira, 5.

Eduardo Japonês, como é mais conhecido, e Patrícia da Glória foram condenados por abuso de poder político e prática de condutas vedadas aos agentes públicos.

Condenados por manipular as redes sociais da prefeitura em favorecimento próprio, Eduardo Japonês e Patrícia da Glória estão inelegíveis até 2028 (Prefeitura de Vilhena/Reprodução)

Regras para concorrer ao pleito

Sem direitos políticos pelos próximos seis anos, Japonês e Glória não terão a chance de voltar aos cargos por meio dessa nova disputa eleitoral. 

A Resolução N° 44/2022 do Tribunal Regional Eleitoral estabelece, ainda, que os partidos poderão realizar convenções a partir de 31 de agosto e terão, como prazo máximo, o dia 16 de setembro para isso. Já em 1° de outubro, termina o período reservado aos candidatos para requererem seus registros junto ao Cartório Eleitoral. Depois disso, no dia 3 do mesmo mês, começa o período de campanha. A realização de comícios e o uso de aparelhagem de som será liberada das 8h às 00h.

Apesar de apertada, a disputa também permitirá a veiculação de propaganda eleitoral gratuita nas emissoras de rádio e televisão locais. Por fim, a diplomação dos eleitos ocorrerá em 19 de dezembro.

Troca de cadeiras

Com a decisão do TRE-RO, de manter a condenação do então prefeito e sua vice, o município está sendo gerido pelo presidente da Câmara Municipal, Ronildo Macedo (PV), na condição de prefeito interino. Ele tomou posse em 7 de julho e ocupará o cargo até que os novos representantes sejam empossados.

O prefeito interino de Vilhena (RO), Ronildo Macedo (Câmara Municipal de Vilhena/Reprodução)

Eduardo Japonês e Patrícia da Glória foram condenados por abuso de poder político e prática de condutas vedadas a agentes públicos, pois, de acordo com o julgamento da Corte, fizeram uso indevido das redes sociais da Prefeitura de Vilhena para favorecer a si próprios, enquanto concorriam aos cargos, dois anos atrás: Japonês, mirando a reeleição, e Glória ingressando na chapa.

Uma história que se repete, visto que em 2018, Eduardo Japonês ascendeu à prefeitura para substituir Rosani Donadon, também em eleições suplementares. A ex-prefeita de Vilhena foi cassada, na época, por abuso de poder político e econômico e, assim como Japonês, acusada de utilizar, indevidamente, os meios de comunicação. 

Eduardo Tsuru foi reeleito, em 2020, com 40,29% dos votos válidos, portanto, com a confiança de 16.714 eleitores.