Em Rondônia, PF prende 25 pessoas por tráfico e lavagem de dinheiro; esquema movimentou mais de R$ 1 bilhão
25 de novembro de 2022
18:11
Iury Lima – Da AGÊNCIA AMAZÔNIA
VILHENA (RO) – Uma operação contra o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, deflagrada nesta sexta-feira, 25, pela Polícia Federal (PF), prendeu 25 pessoas e bloqueou R$ 330 milhões de contas bancárias vinculadas a integrantes de uma organização criminosa. Ao todo, a PF cumpriu 69 ordens judiciais, incluindo 44 mandados de busca e apreensão.
A operação recebeu o nome de “O canto da Serpente” e é considerada uma das maiores ofensivas contra o comércio de drogas na cidade de Guajará-Mirim, a cerca de 300 quilômetros de Porto Velho, onde ocorreu a maioria das prisões.
Entre os bens sequestrados pela Justiça, estão 25 veículos avaliados em R$ 1,2 milhão, além de quatro imóveis.
A ação é composta por 140 policiais. Mais de 100 agentes apenas da cidade de Guajará-Mirim. Os homens também cumprem ações na capital Porto Velho e na cidade de São Paulo.
Segundo a Polícia, além da venda de drogas, os criminosos utilizavam empresas para lavar o dinheiro oriundo do tráfico. O Delegado da PF, Lucas Montenegro, explica que a operação conta com apoio da Receita Federal, que “em suas análises fiscais, identificou uma movimentação de aproximadamente R$ 700 milhões apenas nas contas diretamente vinculadas aos investigados”. No entanto, a movimentação global do esquema chega perto de R$ 1,3 bilhão.
“Num primeiro momento, o crime de lavagem de capitais pode parecer de menor gravidade. Porém, não é o que efetivamente ocorre na prática: sem a lavagem, a engrenagem criminosa para o tráfico não consegue movimentar, ocultar e obter os lucros que tanto buscam. Não é difícil concluir que a lavagem de capitais alimenta, de certa forma, o tráfico de drogas”, destacou o Delegado.
O esquema
Os agentes também monitoram a atuação da organização. Montenegro cita uma recente apreensão de drogas, ocorrida na última quarta-feira, 23, no município de Pimenta Bueno, distante mais de 500 quilômetros de Porto Velho. Na ocasião, a PF recolheu 304 quilos de cocaína.
A Polícia também esclareceu que o grupo era dividido em três núcleos “bastante atuantes”. “Um núcleo cuidava da logística do tráfico – compra, transporte e distribuição -, cabendo aos 2 núcleos restantes toda a movimentação financeira, que se dava por meio de ocultação patrimonial, laranjas e empresas de fachada”, diz a PF.
Ao todo, a Justiça determinou a suspensão das atividades comerciais de 14 empresas utilizadas para fraudar a origem do dinheiro.
Se condenados por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e por integrar organização criminosa, os investigados podem ficar presos por mais de 40 anos.