Enfermeiro do Pará vence Jornada Internacional de pesquisa em São Paulo

Pesquisa leva o nome 'Reflexões sobre CHATGPT para a Enfermagem: evidências à luz dos padrões de Carper' (Reprodução/Arquivo Pessoal)

02 de maio de 2023

20:05

Michel Jorge – Da Agência Amazônia

BELÉM (PA) – O enfermeiro paraense Antônio Jorge Silva Corrêa Junior conquistou o primeiro lugar na 3ª Jornada Internacional de Pós-Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), da Universidade de São Paulo (USP), que ocorreu nos dias 28 e 29 de abril. Doutorando em Enfermagem pela USP, a pesquisa leva o nome “Reflexões sobre CHATGPT para a Enfermagem: evidências à luz dos padrões de Carper”.

ChatGPT é um modelo de linguagem de Inteligência Artificial (I.A) que opera via tecnologia Transformer. É capaz de responder e, teoricamente, aprender por meio de comandos do usuário. Promovida pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da USP, a jornada contou com mais de 200 trabalhos disputando o prêmio, todos de caráter relevante para a pesquisa, cujo tema foi “Tendências e Impactos da Pandemia no Ensino e Pesquisa” e o estudo do paraense foi anunciado como o vencedor.

“Foi bastante emocionante vencer este prêmio. Minha linha de pesquisa é Enfermagem Oncológica na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da USP, Saúde do Adulto e Idoso. Então, analisar os impactos de uma inteligência artificial, como o ChatGPT, no cuidado em saúde, propiciou muitos insights de como a tecnologia vai estar presente nos serviços de saúde”, declarou o pesquisador.

“Foram 200 trabalhos, todos, estudos muito relevantes de todo o País, e nem todos da área da Enfermagem, então, ganhar o primeiro lugar na categoria “Fundamentação teórica, metodológica e tecnológica do processo de cuidar” foi impactante”, completou Antônio.

ChatGPT

O pesquisador reforça que essa vitória representa o início de uma ampla gama de pesquisas sobre o ChatGPT em saúde no Brasil. O chatGPT tem um viés de retenção de memória e autoaceitação e dá análises, respostas detalhadas e monta textos complexos. Pode ser acessado por meio de qualquer conta do Google.

“Internacionalmente, segundo apuramos, o ChatGPT já consegue fazer triagem simplificada em serviços de urgência, responder tabus e dúvidas de pacientes oncológicos, gerar casos clínicos para docentes usarem em sala de aula, com os alunos, e já há debates se o ChatGPT.4 conseguiria analisar imagens de radiografias. Há todo um campo a ser explorado”, ressalta.

Sobre os próximos passos, o enfermeiro afirma que “pretende usar as funcionalidades do ChatGPT, aperfeiçoando o cuidado em saúde em Oncologia e Estomaterapia, até mesmo comparar informações prestadas por ele, em educação em saúde, e informações prestadas por profissionais. Outros estudos estão por vir”.

Limitações

Segundo a pesquisa, utilizando a Teoria dos Padrões Fundamentais de conhecimento em Enfermagem, o ChatGPT possui limitações, age apenas por imitações de conhecimento humanos, sugando e estruturando informações que estão na internet até o ano de 2021.

“Ele não tem empatia, criatividade, é incapaz de sondar, autenticamente, o estado emocional dos pacientes, e não tem (ainda) obstinação terapêutica. É um grande dilema, ele é uma máquina e não pode ser responsabilizado por quaisquer condutas, em saúde, direcionadas a um paciente”, ressaltou Antônio.

“A inteligência artificial está presente em todos os contextos da sociedade e esta nova ferramenta interativa ChatGPT deve ser analisada pelos pesquisadores, sob a perspectiva das evidências científicas, mediante critérios, suscitando reflexões para cada área de conhecimento sobre a sua aplicabilidade. Este foi o movimento realizado na área da Enfermagem, que se mantém atualizada sobre as inovações tecnológicas”, disse a professora Helena Megumi Sonobe, orientadora da pesquisa.

A categoria em que a pesquisa de Antônio disputou foi a área de “Fundamentação teórica, metodológica e tecnológica do processo de cuidar”. A pesquisa estará disponível em 60 dias no site do evento.