‘Está fazendo falta’, diz moradora afetada pela cheia e sem auxílio da prefeitura de Manaus

A vendedora autônoma Francileide Arruda, que mora no beco Inocêncio de Araújo, no bairro Educandos, é uma das pessoas que não recebeu auxílio (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

04 de junho de 2021

13:06

MANAUS – Moradores afetados pela cheia do rio Negro, em Manaus, reclamam de não serem contemplados pelo “Auxílio-Aluguel”, da prefeitura da capital, mesmo que as casas em que residem já estejam submersas. O programa, destinado a 1.315 famílias, de 14 bairros da Metrópole, atingidas pela enchente, começou a ser pago nesta semana, pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc).

A vendedora autônoma Francileide Arruda, moradora do beco Inocêncio de Araújo, no bairro Educandos, zona Sul de Manaus, conta que vive no local com a neta e o marido, que está desempregado e, junto com a família, eles aguardavam o recebimento do auxílio para ajudar com as despesas da casa.

“A gente estava esperando pelo auxílio para comprar madeira aqui para dentro, lá para o nosso quarto e colocar mais tábuas para a gente se locomover. Mas eu entrei no site e meu nome não estava na lista [de contemplados] e esse dinheiro está fazendo falta”, explicou, que reclama ainda do preço alto da madeira.

Em Manaus, o nível do rio Negro atingiu os 29,98 metros nessa terça-feira, 1º, a maior marca em 119 anos, isto é, desde 1902, o início da série histórica que faz as medições diárias da cota da água. A subida vem afetando centenas de famílias na capital. Equipes da Semasc estão realizando cadastramento de moradores nas áreas urbana e rural da cidade para receberem o benefício.

De acordo com a prefeitura, as famílias terão direito a duas parcelas do Auxílio-Aluguel, no valor de R$ 300, conforme a lei nº 1.666/2012. Por meio da lei municipal nº 2.746/2021, o Executivo Municipal também realiza o Auxílio Operação Cheia 2021, no valor de R$ 200, com duas parcelas para as famílias, totalizando R$ 500. A expectativa é de que cinco mil famílias sejam cadastradas. O benefício será pago por meio de conta digital Caixa Tem.

“Recebi a cesta [básica], meu nome estava lá. Mas para receber o dinheiro do aluguel e comprar a madeira, meu nome não estava lá. Estávamos esperando esse dinheiro para isso. A gente fica triste e se sentindo lesada, pois ficamos naquela expectativa, esperando… e quando chega no dia, nosso nome não está. A moça que nos atendeu disse que se o nosso nome não está na lista é porque não foi aprovado, não disse mais nada sobre voltarmos lá e fazer outro cadastro”, lamentou.

Em busca do auxílio
A aposentada Nancy da Silva Batista, de 66 anos, que mora alugado no beco Manoel Urbano, reclama da dificuldade para se cadastrar para receber o Auxílio-Aluguel e para abrir a conta digital. Segundo Nancy, ela precisou comprar madeira de forma fiado.

“Da outra vez, foi no papel e tudo foi resolvido e agora é no telefone. E quem não tem telefone e não pode comprar outro? Não pode nem receber. Eles dizem que vão abrir a conta e a gente tem que estar esperando esse tempo todo. Tudo eles estão dificultando. Estou devendo madeira, porque contava com esse dinheiro para pagar”, desabafou.

“Quando é no tempo de política, eles conhecem o endereço da gente, conhece o nome da gente, mas numa hora dessas, a gente é esquecido”, declarou Nancy.

*Colaborou a jornalista Priscilla Peixoto

MANAUS – Moradores afetados pela cheia do rio Negro, em Manaus, reclamam de não serem contemplados pelo “Auxílio-Aluguel”, da prefeitura da capital, mesmo que as casas em que residem já estejam submersas. O programa, destinado a 1.315 famílias, de 14 bairros da Metrópole, atingidas pela enchente, começou a ser pago nesta semana, pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc).

A vendedora autônoma Francileide Arruda, moradora do beco Inocêncio de Araújo, no bairro Educandos, zona Sul de Manaus, conta que vive no local com a neta e o marido, que está desempregado e, junto com a família, eles aguardavam o recebimento do auxílio para ajudar com as despesas da casa.

“A gente estava esperando pelo auxílio para comprar madeira aqui para dentro, lá para o nosso quarto e colocar mais tábuas para a gente se locomover. Mas eu entrei no site e meu nome não estava na lista [de contemplados] e esse dinheiro está fazendo falta”, explicou, que reclama ainda do preço alto da madeira.

Em Manaus, o nível do rio Negro atingiu os 29,98 metros nessa terça-feira, 1º, a maior marca em 119 anos, isto é, desde 1902, o início da série histórica que faz as medições diárias da cota da água. A subida vem afetando centenas de famílias na capital. Equipes da Semasc estão realizando cadastramento de moradores nas áreas urbana e rural da cidade para receberem o benefício.

De acordo com a prefeitura, as famílias terão direito a duas parcelas do Auxílio-Aluguel, no valor de R$ 300, conforme a lei nº 1.666/2012. Por meio da lei municipal nº 2.746/2021, o Executivo Municipal também realiza o Auxílio Operação Cheia 2021, no valor de R$ 200, com duas parcelas para as famílias, totalizando R$ 500. A expectativa é de que cinco mil famílias sejam cadastradas. O benefício será pago por meio de conta digital Caixa Tem.

“Recebi a cesta [básica], meu nome estava lá. Mas para receber o dinheiro do aluguel e comprar a madeira, meu nome não estava lá. Estávamos esperando esse dinheiro para isso. A gente fica triste e se sentindo lesada, pois ficamos naquela expectativa, esperando… e quando chega no dia, nosso nome não está. A moça que nos atendeu disse que se o nosso nome não está na lista é porque não foi aprovado, não disse mais nada sobre voltarmos lá e fazer outro cadastro”, lamentou.

Em busca do auxílio

A aposentada Nancy da Silva Batista, de 66 anos, que mora alugado no beco Manoel Urbano, reclama da dificuldade para se cadastrar para receber o Auxílio-Aluguel e para abrir a conta digital. Segundo Nancy, ela precisou comprar madeira de forma fiado.

“Da outra vez, foi no papel e tudo foi resolvido e agora é no telefone. E quem não tem telefone e não pode comprar outro? Não pode nem receber. Eles dizem que vão abrir a conta e a gente tem que estar esperando esse tempo todo. Tudo eles estão dificultando. Estou devendo madeira, porque contava com esse dinheiro para pagar”, desabafou.

“Quando é no tempo de política, eles conhecem o endereço da gente, conhece o nome da gente, mas numa hora dessas, a gente é esquecido”, declarou Nancy.

*Colaborou a jornalista Priscilla Peixoto