03 de maio de 2023
20:05
Mencius Melo – Da Agência Amazônia
MANAUS – Após a “Operação Venire”, da Polícia Federal (PF), descobrir a falsificação dos cartões de vacinação da Covid-19 para Jair Bolsonaro e sua filha menor de idade, usuários do Twitter comentaram o caso nesta quarta-feira, 3, dando versões críticas e, por vezes, “hilárias” do evento. Na rede conhecida pela alta militância e por ser um canal ativo de polêmicas, as postagens foram inúmeras e internautas aproveitaram para tirar uma “casquinha” da situação.
Uma das usuárias relembrou o drama vivido pela população manauara, durante o período mais agudo da pandemia. “Bolsonaro sabia e deixou as pessoas morrerem sem oxigênio, em Manaus, porém, pode ser preso por falsificação no cartão de vacinação dele e de Laura Bolsonaro no sistema do Ministério da Saúde. Se ele for preso por isso, é tipo Al Capone ser preso por sonegação de impostos em 1931”, ironizou.
Já outro internauta tocou no uso da estrutura pública de saúde do Estado e a possível participação de um profissional médico para emitir a tal falsificação do cartão de vacinação do ex-presidente da República. “O mais curioso nessa história de falsificação é um médico preencher o cartão de vacina de Bolsonaro. Qualquer pessoa que atue na atenção primária sabe que isso jamais aconteceria. Eles são muito iniciantes”, debochou.
Sentença
Segundo o publicitário João Paulo Faria, as reações da internet, mesmo que cobertas de ironia ou deboche, são uma sentença que o público quer emitir sobre determinado tema. “Os usuários brincam, ironizam, fazem “trolagens”, mas, a verdade é que, por mais engraçado que possa parecer, são sentenças de desaprovação a determinado fato. Isso serve como parâmetro para entender dados como popularidade, rejeição, desaprovação e condenação”, distinguiu.
Faria também destacou que as manifestações nas redes sociais eram mais agressivas, mas, com o advento crescente das leis de controle e fiscalização do que é postado, muitos usuários medem as palavras para não serem suspensos das plataformas e, claro, processados.
“No Brasil, já existe um debate acalorado de criação e aprimoramento de leis para se combater ilegalidades nas redes sociais, então, muitos usuários preferem partir para a ironia para não extrapolarem nos ataques”, finalizou.