‘Grave e inaceitável’: parlamentares e ministro rebatem novos ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas

Da esquerda à direita: presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). (Thiago Alencar/ Revista Cenarium)

19 de julho de 2022

08:07

Marcela Leiros – Da Agência Amazônia

BRASÍLIA – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, e parlamentares como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) criticaram, nessa segunda-feira, 18, ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) à segurança das urnas eletrônicas e a ministros da Corte.

Sem mencionar diretamente as falas do presidente da República, proferidas em reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF), Fachin afirmou, durante evento realizado no Paraná, que a Justiça Eleitoral está preparada e vai realizar eleições de “forma limpa, transparente e auditável”. Ele ainda chamou de “negacionismo eleitoral” o que foi dito por Bolsonaro, mas sem citá-lo nominalmente.

O presidente do TSE também pediu para as pessoas não acreditarem na desinformação. “É importante que a sociedade civil, os cidadãos e as cidadãs entendam que esse tipo de desinformação, como aquelas que hoje foram veiculadas nesta capital, se isso assim prosseguir, somente pode interessar a quem não interessam provas e fatos. Por isso, precisamos nos unir e não aceitar sem questionar a razão de tantos ataques institucional e pessoais. Mais uma vez, a Justiça eleitoral e seus representantes são atacados, como foram na data de hoje [segunda-feira, 18], com acusações que não têm fundamento na realidade”, declarou.

Por meio do Twitter, Rodrigo Pacheco disse haver questões que já foram superadas e não se admitem mais discussões. O presidente do Senado reforçou ainda que a segurança das urnas não pode mais ser colocada em dúvida. “A segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral não podem mais ser colocadas em dúvida. Não há justa causa e razão para isso. Esses questionamentos são ruins para o Brasil sob todos os aspectos”, acrescentou.

Rodrigo Pacheco via Twitter. (Reprodução/ Twitter)

Também por meio da rede social Twitter, Humberto Costa chamou de “grave e inaceitável” as falas de Bolsonaro.

Humberto Costa via Twitter. (Reprodução/ Twitter)

Já o senador Randolfe Rodrigues afirmou que vai encaminhar ao TSE uma representação para condenar Bolsonaro, pré-candidato à Presidência do Brasil, por propaganda irregular e condenar o partido do presidente para divulgar “imediatamente” errata desmentindo os termos das declarações candidato.

Randolfe Rodrigues via Twitter. (Reprodução/ Twitter)

Novos ataques

No evento com a participação de pelo menos 70 diplomatas, Jair Bolsonaro afirmou, novamente, que o sistema eleitoral brasileiro é passível de fraudes. Ele também citou o TSE e três de seus ministros: Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

“Por que um grupo de três pessoas apenas quer trazer instabilidade para o nosso País, não aceita nada das sugestões das Forças Armadas, que foram convidadas?”, disse ele, sobre o atual presidente do TSE, Barroso, que presidiu a corte eleitoral, e Moraes, que deve comandar o tribunal durante as eleições.

Bolsonaro ainda fez acusações sobre a segurança e a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro. “Não é o TSE que conta os votos, é uma empresa terceirizada. Acho que nem precisava continuar essa explanação aqui. Nós queremos, obviamente, estamos lutando para apresentar uma saída para isso tudo. Nós queremos confiança e transparência no sistema eleitoral brasileiro”, disse o presidente.