Gruta interditada em Mato Grosso é alvo de turismo ilegal

Gruta está localizada na cidade de Nobres (Gcom/MT)

14 de março de 2024

22:03

Davi Vittorazzi – Da Agência Cenarium

CUIABÁ (MT) – Com uma paisagem paradisíaca, a Gruta Lagoa Azul, localizada no município de Nobres (a 146 quilômetros de Cuiabá) tem sido alvo de do turismo clandestino. O local está interditado desde 2002 pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

As visitas são realizadas de forma clandestina por guias de turismo e, em muitos casos, os turistas não são alertados sobre a ilegalidade. O preço por pessoa costuma ser, em média, R$ 250.

As denúncias foram apresentadas ao Conselho de Turismo de Nobres (Comtur) e ao Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT). A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) é o órgão responsável pela fiscalização.

No ano passado, até o jogador do Cuiabá Esporte Clube Deyverson postou uma foto com a esposa em visita no local (veja abaixo). Procurado, o casal não retornou o contato.

O jogador de futebol Deyverson e a esposa (Reprodução/Redes Sociais)

Ainda em 2022, O MP-MT fez uma operação, em conjunto com a Sema-MT, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros para coibir as visitas ilegais na região. Na ação, foram encontradas trilhas clandestinas.

A Gruta Lagoa Azul está localizada no Parque Estadual Gruta da Lagoa Azul (Pegla) e foi fechada ao público há mais de duas décadas. A formação da gruta é resultado da composição de rochas e de uma lagoa de água cristalina. Pesquisadores indicam que a lagoa se formou a partir do afloramento do lençol subterrâneo de água na área. A tonalidade azul predominante na água é atribuída a uma combinação de elementos, incluindo carbonato de cálcio e magnésio.

Lagoa alvo de turismo clandestino (Gcom-MT/Divulgação)

Segundo o MP-MT, existe um inquérito civil em andamento que apura a degradação ambiental por invasão do parque estadual e a indevida utilização de recursos hídricos, além da necessidade de intervenção na regularização fundiária da região.

Em nota, a Sema informou que as visitas não foram autorizadas e que qualquer indivíduo que adentre o local está violando as regulamentações do órgão ambiental e se expondo aos riscos de acidentes. O órgão ainda destacou que o processo de regularização fundiária para a reabertura da gruta está em andamento.

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Editado por Adrisa De Góes