Incêndios florestais caem 72% em Rondônia

Foram 1.543 registros em 2022 contra 894 casos identificados desde o início de janeiro (Reprodução/Frank Néry/Governo de Rondônia)

22 de agosto de 2023

21:08

Iury Lima – Da Agência Cenarium Amazônia

VILHENA (RO) – A ocorrência de incêndios florestais recuou 72,6% nos primeiros oito meses de 2023, em Rondônia. É o que aponta o mais novo relatório estatístico do Corpo de Bombeiros Militar do Estado (CBMRO), em comparação com o mesmo período do ano passado.

Em 2022, foram 1.543 registros, contra 894 casos identificados pelo governo, desde o início de janeiro até o último dia 17 de agosto: 649 ocorrências a menos que no período anterior.

Leia também: Nasa adverte riscos do aquecimento global nas Regiões Norte e Centro-Oeste do País
Rondônia teve 649 incêndios florestais a menos nos primeiros oito meses de 2023 (Thiago Alencar/Revista Cenarium Amazônia)
Leia também: Indígenas são os mais atingidos por incêndios florestais, aponta estudo

Mesmo com a redução observada até o momento, a preocupação permanece, de acordo com o Corpo de Bombeiros, visto que, historicamente, os incêndios florestais tendem a se alastrar com mais intensidade a partir do mês de julho, devido à “estiagem”.

“As queimadas ocorrem tanto de forma natural, como em incêndios florestais provocados por raios, quanto de forma antrópica, geralmente, por ações humanas irresponsáveis”, alerta o CBMRO. No último exemplo, entram a queima de lixo residencial e a “limpeza” de terrenos agrícolas com o fogo. “Essas ações fogem do controle e se alastram, causando grandes estragos”, explica o órgão integrado à Segurança Pública.

Bombeiro Militar combatendo incêndio em Rondônia (Divulgação/CBMRO)
Combate ao fogo

O governo de Rondônia atribui a redução de incêndios a fatores climáticos, indicando condições mais amenas no Estado, neste ano, e ações integradas de proteção ao meio ambiente, como a operação “Verde Rondônia”, lançada no início deste mês de agosto, com o objetivo de combater incêndios nas regiões de maior incidência nos 52 municípios rondonienses. 

A operação, que segue em curso, conta com deslocamento de militares, viaturas, aeronaves, caminhões de combate a incêndios florestais e outros equipamentos necessários para a repressão de queimadas e desastres ambientais relacionados ao fogo. 

Corpo de Bombeiros já combateu mais de 600 focos de incêndio, desde o início do mês, com a Operação Verde Rondônia (Divulgação/CBMRO)

O projeto instalou sete bases avançadas compostas, cada uma, por seis bombeiros e quatro policiais militares. A operação também tem apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública. 

“Até semana passada, foram realizadas mais de 600 ações preventivas, um grande aumento em relação ao ano passado, quando foram efetuadas 300 ações. No ano anterior [2021], foram registradas cerca de 130 ações”, explicou o diretor de comunicação do CBMRO, Capitão Geanderson Maia.

Leia também: Estudo revela que fumaça de incêndios florestais mata 12 mil pessoas por ano
Incêndio florestal no município de Ji-Paraná, a 370 quilômetros de Porto Velho, no interior de Rondônia (Divulgação/CBMRO)
Avanço sustentável

Além dos incêndios em áreas de floresta, o desmatamento da vegetação nativa também teve queda em Rondônia, segundo dados da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A redução foi de 60% no primeiro semestre de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado. 

“Rondônia está produzindo mais e, ao mesmo tempo, mantendo os cuidados com as áreas florestais”, disse o governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil), referindo-se ao fator econômico gerado pelo agronegócio, que conflita com as questões ambientais no Estado. Para Rocha, os atuais índices mostram “que a produtividade cresce sem precisar degradar o meio ambiente”.

Já o Corpo de Bombeiros ressalta que combater as queimadas “é uma tarefa de responsabilidade coletiva”. “Cada cidadão pode fazer a diferença adotando atitudes conscientes no dia a dia (…) somente com a cooperação de todos, poderemos preservar nossos recursos naturais e garantir um futuro mais sustentável para as próximas gerações”, afirmou o CBMRO por meio de nota.