Influenciadores de Manaus integram rede de estelionato digital, aponta polícia

Da esquerda à direita: Enzo Felipe, Isabelly Aurora e Lucas Picolé. (Reprodução)

29 de junho de 2023

14:06

Pricila de Assis – Da Revista Cenarium

MANAUS – O delegado Cícero Túlio, da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou, na manhã desta quinta-feira, 29, que seis pessoas, entre eles influenciadores digitais, estão envolvidas com fraudes de vendas de rifas por meio das redes sociais. No esquema, carros e dinheiro eram sorteados, mas os beneficiados eram apenas os amigos dos suspeitos. Três pessoas foram presas e outras três ainda são investigadas.

Na investigação também foram apurados que a rede de influenciadores não atuava apenas em Manaus, seguindo com outras pessoas da cidade de São Paulo. De acordo com o delegado, os influenciadores Lucas Picolé e Enzo Filipe “Mano Queixo” ainda respondem por crimes que envolvem porte de munição e arma ilegal, entorpecentes e adulteração de sinal de identificador de veículo automotivo.

“Eles vão responder por crimes como fraude no comércio, receptação qualificada, delitos da ordem do consumidor e tributários. Seguem a disposição da justiça para que recebam as devidas punições legais”, disse.

Lucas Picolé (à esquerda) e Enzo Filipe, o Mano Queixo. (Divulgação)

De acordo com as investigações, os influenciadores utilizavam o Instagram para promover rifas de carros de luxo, dinheiro e celulares. No entanto, foi constatado que eles praticavam “vendas casadas”, cobrando valores baixos, como R$0,50 e R$1. Durante o sorteio, os investigados direcionavam o prêmio para “amigos”, posteriormente recuperando-o, segundo a polícia.

Ainda na investigação policial, Flávia Ketelen, cunhada de Lucas Picolé, foi detida e responderá por crime de estelionato. Ainda estão sendo alvos de investigação as pessoas que supostamente ganhavam os prêmios, mas os devolviam.

A influenciadora Isabelly Aurora também é uma das investigadas e será indiciada nos crimes relacionados à operação Dracma, da Polícia Civil. Ela já foi presa duas vezes, em 2019, pelo 10° Distrito Integrado de Polícia (DIP), por crime de vendas de smartphones e telefones de alto padrões roubados.

A influenciadora Isabelly Aurora. (Reprodução/Instagram)

Segundo a polícia, cerca de R$ 5 milhões foram arrecadados durante dois anos da atuação da rede de influenciadores digitais na organização criminosa de crimes cibernéticos. Ainda não há dados certos de quantas pessoas foram vítimas dessa rede, mas o delegado Cícero Túlio alerta que denúncias podem ser registradas na Delegacia Geral da Polícia Civil, localizado na avenida Pedro Teixeira, zona Centro-Oeste da capital.