‘Ladrão’, ‘vagabundo’ e ‘picareta’: saiba mais sobre o bate-boca entre Renan Calheiros e Jorginho Mello na CPI da Covid
23 de setembro de 2021
20:09
Cassandra Castro – Da Cenarium
BRASÍLIA – Os ânimos ficaram acirrados durante a sessão desta quinta-feira, 23, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado. Um bate-boca entre o relator da Comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), de oposição, e o senador Jorginho Mello (PL-SC), da base governista. A discussão quase chegou às “vias de fato” depois da troca de xingamentos entre os dois parlamentares.
A confusão começou quando Jorginho interrompeu a fala de Renan para defender o presidente Jair Bolsonaro. Renan não gostou de ser interrompido e o clima esquentou. “Vai pros quintos”, disse Jorginho.
“Vai você com seu presidente e Luciano Hang”, respondeu Renan, fazendo referência ao empresário bolsonarista que é de Santa Catarina e foi convocado para falar na CPI.
E a troca de ofensas continuou: “Vai lavar a boca para falar do Luciano”, devolveu Jorginho.
“Vai lavar a tua, vagabundo”, disse Renan.
“Vagabundo é você, ladrão, picareta”, reagiu Jorginho.
“Ladrão, picareta é você”, prosseguiu Renan.
Insultos
Depois das agressões verbais, o relator da CPI foi em direção a Jorginho, mas acabou impedido pelos outros integrantes da Comissão. O presidente da CPI, senador Omar Aziz ( PSD/AM), pediu aos dois senadores que pedissem desculpas um ao outro. Como isso não ocorreu, Omar solicitou que os insultos fossem retirados das notas taquigráficas que registram o conteúdo das audiências na comissão.
Após o incidente, o senador Jorginho Mello usou as redes sociais para falar do incidente. Ele afirmou que agiu daquela forma por não ter “sangue de barata”: “Quem é Renan Calheiros para chamar alguém de vagabundo? Ninguém tem sangue de barata. Fiz o que muitos brasileiros gostariam de ter feito”, declarou o parlamentar governista. A publicação teve mais de cinco mil curtidas pouco mais de uma hora após ter sido postada.
Nesta quinta-feira, 23, a CPI ouviu o depoimento de Danilo Trento, diretor institucional da Precisa Medicamentos, empresa que intermediou a compra de doses da Covaxin entre o Ministério de Saúde e a farmacêutica Bharat Biotech. Logo no início da oitiva, Trento usou o direito garantido pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de permanecer em silêncio durante o depoimento.