Lei Nelson Sargento: escolas de samba se tornam manifestações da cultural nacional

Carro alegórica da Escola de Samba Portela. (Fernando Frazão/ Agência Brasil)

06 de maio de 2023

14:05

Marcela Leiros – Da Agência Amazônia

MANAUS – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu as escolas de samba do Brasil como manifestações da cultura nacional. A Lei Nº 14.567/23, chamada de “Lei Nelson Sargento”, foi assinada pelo chefe do Executivo e publicada no Diário Oficial da União (DOU) nessa sexta-feira, 5.

A lei detalha que os desfiles, as músicas, as práticas e tradições das agremiações são parte do reconhecimento e compete ao poder público “garantir a livre atividade das escolas de samba e a realização de seus desfiles carnavalescos”.

Veja a publicação no DOU abaixo:

O projeto é de autoria da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Na rede social Twitter, a parlamentar comemorou a sanção da lei. “Novo tempo de liberdade e democracia chegou. Que os medíocres nunca mais ousem nos roubar a alegria do Carnaval”, disse ela.

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(Reprodução/ Internet)
Quem foi Nelson Sargento

Conhecido como “lenda do samba” e “Baluarte da Mangueira”, Nelson Sargento morreu em 2021, aos 96 anos. Ele foi diagnosticado e tratado de um câncer de próstata e, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o artista foi internado “com quadro de desidratação, anorexia e significativa queda do estado geral”.

Nelson Mattos nasceu em 25 de julho de 1924. Ele tomou contato com o universo do samba ainda na infância, quando se mudou com a mãe e os 17 irmãos para o morro do Salgueiro, na Tijuca. Aos 10 anos, já desfilava e tocava tamborim na escola Azul e Branco, que viria a se tornar Acadêmicos do Salgueiro.

Antes de estourar na música, porém, o artista fez um pouco de tudo: pintou paredes, trabalhou em uma fábrica de vidros e, na década de 1940, serviu no Exército, onde foi apelidado “Sargento”, adotado profissionalmente mais tarde.

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Nelson Sargento morreu aos 96 anos. (Reprodução/ Instagram)

Depois do Exército, teve uma série de sucessos compondo com o seu padrasto. Juntos, venceram o concurso de samba-enredo da Mangueira, em 1949, com “Apologia ao mestre”, e em 1950, com “Plano SALTE”, conquistando os campeonatos para a escola nos respectivos carnavais.

Se tornando sucesso no Carnaval, Nelson se juntou a outros ícones mangueirenses, como Cartola, Carlos Cachaça e Darcy da Mangueira. Em 1958, tornou-se presidente da ala dos compositores. Na década de 1960, integrou formações seminais na história do samba.

Nelson foi autor de mais de 400 composições — muitas delas compostas no mesmo violão, que o acompanhou por mais de 50 anos.