Manaus registra nível ‘péssimo’ da qualidade do ar na tarde desta segunda-feira, 30

Manaus encoberta por fumaça na tarde desta segunda-feira, 30 (Gabriella Lira/Revista Cenarium Amazônia)

30 de outubro de 2023

20:10

Adrisa De Góes – Da Agência Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – A qualidade do ar em Manaus marcou, às 16h40 da tarde desta segunda-feira, 30, concentração considerada “péssima” pelo monitoramento do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva). A capital do Amazonas voltou a ficar encoberta por fumaça.

A Zona Sul da capital amazonense registra níveis mais elevados em relação a outras áreas, com 142.5 (µg/m3). Nas demais zonas, o monitoramento indica os seguintes números: Leste – 108.1; Centro-Sul – 107.8; Norte 102.3 e Oeste 71.9.

Painel de monitoramento da qualidade do ar em Manaus (Reprodução/Selva)

Na Região Metropolitana de Manaus, o monitor da qualidade do ar registra nível 111.7 (µg/m3) em uma área próxima ao município de Careiro da Várzea. O indicador aponta a região como “muito ruim” para respirar.

No último dia 11 de outubro, a capital amazonense chegou a ocupar a segunda posição dentre as piores cidades do mundo em qualidade do ar, com 459 (µg/m3), segundo o monitoramento da World Air Pollution, que acompanha dados de 130 países.

Moradores de Manaus voltam a usar máscara por causa da fumaça (Ricardo Oliveira/11.out.2023/Revista Cenarium Amazônia)

Os efeitos negativos na qualidade do ar no Estado derivam das queimadas em áreas de mata na Região Metropolitana de Manaus. De acordo com o boletim do Governo do Amazonas, até domingo, 29, foram registrados 18.594 focos de calor entre 1° de janeiro e 29 de outubro.

Queimadas no interior

AGÊNCIA CENARIUM AMAZÔNIA entrou em contato com o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Amazonas, Joel Araújo, para verificar se houve aumento de queimadas nas últimas 24 horas. O gestor informou que não foram registradas ocorrências.

Desde o início de outubro, brigadistas do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) atuam no combate a incêndios no Amazonas. As ações têm foco nas cidades de Autazes, Careiro da Várzea, Careiro, Iranduba e Manaquiri, onde os registros de fogo são maiores.

Uso indiscriminado do fogo

O biólogo, doutor em Ecologia e Conservação e mestre em Ciências Florestais e Ambientais Rogério Fonseca, afirma que o uso do fogo indiscriminado é uma das principais causas das grandes queimadas no Estado. A ação afeta de forma direta a fauna amazônica.

“As árvores, elas são condicionadores de ar naturais. Elas auxiliam na diminuição da temperatura, fazendo com que o ar fique muito mais fresco, mais úmido (…) as pessoas que fazem o uso do fogo dessa forma criminosa, para limpar terreno, fazem para poder ocupar áreas para produção agrícola”, ressalta à CENARIUM.

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Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzaga