12 de fevereiro de 2023
15:02
Mencius Melo – Da Revista Cenarium
MANAUS – Após a morte do ex-governador do Amazonas Amazonino Mendes neste domingo, 12, por conta de complicações de uma pneumonia, políticos, empresários e intelectuais repercutiram a partida do líder. Para a doutora em Ciências Sociais, Marilene Corrêa, ex-reitora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Amazonino deixa um legado: “Foi pioneiro em várias áreas, cito três: no domínio de políticas públicas como ‘leite do meu filho’, ‘renda mínima de inclusão’ e o ‘domínio da cultura”, assinalou.
A ex-reitora da universidade que Amazonino Mendes criou relembrou os passos que o político deu para o fortalecimento dos universos culturais do Amazonas. “Da associação de intelectuais como Saul Benchimol e Robério Braga saíram políticas que estão até hoje, como o ‘Festival de Ópera’, ‘Festival de Cinema’, ‘políticas editoriais’, fora as iniciativas de proteção ao patrimônio cultural”, resumiu.
Marilene destacou o que para ela é o maior feito de Amazonino Mendes. “Ressalto, aqui, o que para mim é um dos maiores feitos: a criação da Universidade do Estado do Amazonas, a UEA. A UEA do Amazonino já nasceu grande. Com a ideia de ser totalmente interiorizada. Junto com o doutor Lourenço Braga, e aqui me junto a essa contribuição, porque fui reitora da UEA, destaco a atenção de Amazonino aos caboclos como ele, como eu, como nós“, salientou.
A doutora também ressalta outro ponto importante: “A inclusão das escolas públicas e dos indígenas em políticas de cotas mostra que Amazonino se antecipou em políticas estruturantes, inclusive, em tudo o que se faz de positivo aos indígenas do Brasil, hoje”, observou. “Além de manifestar minhas condolências à família, eu reconheço que, apesar de diferenças ideológicas, Amazonino Mendes morre como um homem público importante em sua passagem em vida pelo nosso Estado do Amazonas“, declarou.
Leia também: Governador do AM, Wilson Lima, e prefeito de Manaus, David Almeida, decretam luto pela morte de Amazonino
Empresariado
O setor empresarial do Amazonas manifestou, em nota, o pesar pela morte de Mendes. O texto assinado pelo empresário e presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, enfatiza: “Foi um líder incansável e brilhante em defesa da Zona Franca de Manaus e do desenvolvimento da região”.
O presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), Érico Desterro, também lamentou a morte do político. Em nota, o TCE se manifestou: “Ele deixa seu legado na história ao, entre outros, idealizar, executar e inaugurar vários hospitais em Manaus e no interior do Amazonas, concretizar intervenções viárias que contribuíram para a mobilidade urbana em Manaus e ser o fundador da Universidade do Estado do Amazonas (UEA)”, elencou.
Presidente Lula
Em post na rede social Twitter, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou solidariedade aos amigos, familiares e admiradores daquele que, segundo Lula, “Teve uma visão moderna de desenvolvimento para a Região Norte do Brasil”.
O presidente afirmou, ainda, que “Amazonino se dedicou a uma vida pública até o fim. Com merecimento, seu nome seguirá sendo sinônimo do Estado que governou e amou”, postou Lula.
Governador
O governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), exaltou a trajetória política do popular “Negão”: “Eu devo muito do que hoje sou ao ex-governador Amazonino Mendes. Entrei para a política fazendo críticas e buscando, em grande parte das vezes, sempre ser um contraponto ao que ele e seu grupo político foram e representaram para o nosso Estado. Mas uma coisa é inegável: Amazonino foi um dos maiores líderes políticos da história do Amazonas”, contextualizou Wilson Lima nas redes sociais.
Lima chamou atenção para as singularidades e a eternidade reservada para um político que, segundo ele, jamais deixará de estar na memória política do Amazonas. “Amazonino nasceu predestinado a amar esta terra, trazendo o Amazonas no nome e no coração. E fica para sempre na memória do povo amazonense a imagem do homem alegre, carismático, que abraçava e acolhia”, relembrou.
Prefeito
O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), lançou nota de pesar: “É com profundo pesar que recebo a notícia de falecimento do ex-governador Amazonino Armando Mendes, aos 83 anos, neste domingo 12, no Hospital Sírio-Libanês, na cidade de São Paulo. Após lutar pela vida nos últimos dias, agora, descansa em paz. E, fica o seu legado, construído ao longo de quatro décadas dedicadas à vida pública“, comentou.
David Almeida decretou luto oficial em memória daquele que foi, por três vezes, prefeito de Manaus: “Neste momento de dor, que Deus, na sua infinita misericórdia, conforte o coração de todos os amigos e familiares. Fica decretado luto oficial na cidade de Manaus por cinco dias, em memória de Amazonino Mendes, homem que faz parte da história política e do povo do Amazonas”, comunicou o gestor.