‘Não houve prejuízo ao exercício do voto’, diz presidente do TSE sobre operações da PRF; eleitores contrariam

Presidente do TSE, Alexandre de Moraes (Reprodução/TSE)

30 de outubro de 2022

21:10

Priscilla Peixoto – Da AGÊNCIA AMAZÔNIA

MANAUS – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, em coletiva com jornalistas na tarde deste domingo, 30, na sede da Corte, em Brasília, afirmou que “Não houve nenhum prejuízo no exercício do direito de voto” por causa das operações voltadas ao transporte público e gratuito de eleitores, realizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pela Polícia Federal (PF) iniciadas nesse sábado, 29. A maioria, em regiões na qual o candidato Lula do PT detém a preferência do eleitorado.

De acordo com Moraes, o prejuízo maior, constatado até o momento, foi o atraso nas chegadas dos eleitores. “Não houve nenhum prejuízo no exercício do direito de voto (…). Os ônibus prosseguiram até o final e os eleitores votaram. Foi determinado que todas as operações cessassem para que eleitores não tivessem atraso”, declarou o ministro.

O presidente do TSE afirmou ainda que o horário de votação não seria estendido. “Logicamente, não haverá nenhum adiamento do término do horário da votação. A votação termina às 17h como planejado“, afirmou Alexandre de Moraes que declarou ter como base informações dos Tribunais Regionais Eleitorais, Polícia Rodoviária Federal e os próprios eleitores.

As atividades de vistorias foram realizadas somente em ônibus que não apresentavam condições de transitar ou que desrespeitassem o Código Brasileiro de Trânsito. O ministro declarou, ainda, que as operações serão apuradas.

Denúncias

Na manhã deste domingo, por meio de vídeos publicados nas redes sociais, várias pessoas denunciaram as mobilizações da PRF, no momento em que os eleitores seguiam para as devidas sessões eleitorais. Na Bahia e no Rio Grande do Norte, por exemplo, diversas imagens foram postadas relatando o caso.

As cidades como Simões Filho (BA), Garanhuns (PE), Paraú (RN), Campo Grande (RN), Caxias (MA), Serra Talhada (PE), Salgueiro (PE) e Ceará-Mirim (RN) são algumas das regiões em que as ações de abordagem foram executadas.

Um dos vídeos mais repercutidos nas redes sociais é do prefeito de Jacobina, cidade no norte da Bahia, que denunciou uma blitz da Polícia Rodoviária Federal (PRF) neste domingo. Em outro vídeo, gravado em Juazeiro do Norte, o eleitor reclama da abordagem da Polícia Rodoviária.

Vídeo gravado em Juazeiro do Norte, Ceará (Reprodução/Internet)

Dados e explicações

Nesse sábado, o ministro determinou que a Polícia Rodoviária Federal desse explicações quanto às operações realizadas. Nesta manhã, o presidente do TSE determinou que o diretor da PRF, Silvinei Vasques, interrompesse de forma imediata as ações de abordagem que envolvam o transporte público de passageiros.

Segundo informações publicadas pela Folha de S.Paulo, até as 12h35 deste domingo, foram, ao menos, 514 ações de fiscalizações contra coletivos, um número 70% maior do que a primeira fase do pleito.

O número de abordagens no 2° turno das eleições já é 70% maior do que o que foi registrado na primeira etapa do pleito, no dia 2 de outubro — não é possível estimar se essas abordagens ocorrem antes ou depois da votação desses passageiros“, publicou a Folha.

Ainda segundo a Folha, o Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “um pedido para impedir que a PRF atuasse para favorecer o presidente Jair Bolsonaro (PL) por meio da abordagem de veículos de transporte de passageiros“. Conforme a representação, a atuação poderia dificultar o deslocamento de eleitores de Lula (PT).