23 de fevereiro de 2022
14:02
Rômulo D’Castro — Da Revista Cenarium
ALTAMIRA (PA) — A Polícia Federal (PF) do Pará deflagrou em Altamira, Sudoeste do Estado, na manhã desta quarta-feira, 23, a Operação “Voo Livre”, que investiga se gestão municipal anterior facilitou licitações para agências de viagens. A operação foi autorizada pela 4ª Vara Federal Criminal da Pará e os alvos foram duas agências, além de três pessoas, todas de Altamira. Ninguém foi preso.
Duas agências de viagens foram vistoriadas pelos agentes que cumpriram mandados de busca e apreensão. Em uma das agências, os policiais federais encontraram R$ 242 mil em dinheiro. O valor estava distribuído em “pacotes” de quantias menores escondidos em caixas de papelão, como registrado no vídeo divulgado pela equipe da PF.
Segundo a Polícia Federal, a operação foi deflagrada ainda em 2020, ano do encerramento de mandato do então prefeito Domingos Juvenil (MDB). As investigações apontam que durante a gestão de Juvenil, a máquina pública teria sido usada para bancar um esquema fraudulento envolvendo as duas agências de viagens vistoriadas.
Como o esquema funcionava
Durante os dois anos de investigação, a Polícia Federal descobriu indícios de falsificação de notas fiscais em acordos assinados entre a prefeitura e as duas agências de viagens de Altamira.
O esquema, segundo a PF, tinha como “cabeças” funcionários públicos ligados ao primeiro escalão da prefeitura. Esses funcionários, possivelmente com aval do prefeito Domingos Juvenil, facilitavam processos licitatórios a fim de beneficiar unicamente as agências citadas na denúncia, localizadas no Centro de Altamira.
Os envolvidos no possível esquema fraudulento poderão responder por crimes de licitação, corrupção ativa e corrupção passiva, de acordo com o Código Penal. As investigações continuam.
Defesa de Domingos Juvenil
A assessoria de Domingos Juvenil disse, em nota à imprensa, que não teve conhecimento da operação da Polícia Federal. A nota também informa que o ex-prefeito nunca participou, direta ou indiretamente, de crimes e que sua administração sempre esteve à disposição para esclarecer dúvidas de autoridades.