01 de abril de 2023

13:04

Priscilla Peixoto – Da Agência Amazônia

MANAUS – Uma pesquisa realizada pelo Datafolha aponta que os três primeiros meses de gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 38% de aprovação contra 29% de reprovação. Segundo a pesquisa divulgada neste sábado, 1° de abril, o atual presidente “marca um início de governo com popularidade inferior à registrada nas suas duas passagens anteriores pelo Palácio do Planalto”.

De acordo com o Datafolha, nos primeiros 90 dias de 2003, Lula tinha aprovação popular de 43% e somente 10% de reprovação. Já em 2007, em eu segundo mandato, a aprovação dos eleitores para com o então presidente, no primeiro trimestre de gestão, era de 48%, contra 14% de reprovação.

Ainda segundo a pesquisa, o resultado aponta uma desaprovação semelhante ao do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também nos mesmos três primeiros meses de governo, em 2019, quando marcava 30% de avaliação ruim/péssimo.

Levantamento

O texto mostra que a melhor avaliação sobre Lula é no Nordeste do País, onde 53% dos eleitores avaliam os três primeiros meses de governo como ótimo e bom, o que equivale a 26% da amostra Datafolha. Para 55% dos ouvidos, que estão entre os mais pobres (os que ganham até 2 salários-mínimos), a gestão é avaliada como ruim ou péssima em 21%.

Para 18% dos eleitores, Lula tem feito mais do que o esperado. Para 25%, o governo tem feito o esperado. Para 51% dos ouvidos, o presidente fez menos do que poderia ter feito, resultado mais positivo se comparado com a avaliação feita no mesmo período de gestão de Bolsonaro, quando 61% achavam que o então presidente tinha feito menos do que deveria. Os que não souberam opinar ficou em 4% e outras respostas em 2%.

Entre os bolsonaristas, Lula tem apenas 29% de aprovação, no Sul do País, o que equivale a 15% da amostra; entre os evangélicos a aprovação cai para 28%, o que resulta em 27% dos ouvidos. Entre os mais ricos a aprovação cresce em 30%.

Em relação às expectativas, 50% acham que ele fará um bom ou ótimo governo contra 27% que esperam uma atuação regular; e 21%, ruim ou péssimo. Quanto às promessas de campanha, 28% acreditam que serão cumpridas. Segundo o Datafolha, em dezembro, esse percentual era de 24%.

A pesquisa foi realizada entre os 2.028 eleitores entrevistados pelo instituto Datafolha, em 126 cidades, no período de 29 e 30 de março. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Análise

A pesquisa traz, ainda, uma breve análise política sobre o contexto. De acordo com a publicação, a vitória “apertada” de Lula contra Jair Bolsonaro tem “topado” na economia e na articulação com o Congresso. Segundo o texto, o início do governo petista gastou muita energia em torno do ato golpista cometido por apoiadores de Bolsonaro, no dia 8 de janeiro deste ano.

“(…) Trata-se de um País longe da união nacional pregada pelo petista, na campanha, e distante da prática na política. Ao contrário, a manutenção da polarização, por Lula, mirando o, agora, de volta ao Brasil, Bolsonaro, é um cálculo que beneficia a ambos os antagonistas, por fechar as portas a alternativas. Tanto é assim que, muito da energia do governo, em seu começo, girou em torno do ato golpista promovido no 8 de janeiro, em Brasília, e efeitos secundários da crise, como a derrubada do comandante do Exército. A lida com o cotidiano de problemas tem se mostrado maior, agora, com o debate sobre o arcabouço fiscal e as questões de governabilidade no Legislativo“, analisa a pesquisa.