PF deflagra operações contra golpistas em seis Estados e no Distrito Federal; veja quatro presos
20 de janeiro de 2023
11:01
Ívina Garcia – Da Agência Brasil
MANAUS – A Polícia Federal (PF) cumpre nesta sexta-feira, 20, oito mandados de prisão e 24 de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará e Distrito Federal, em busca dos criminosos envolvidos nos ataques terroristas em Brasília, no último dia 8.
As duas operações – “Lesa Pátria” e “Última Patrulha” – buscam os principais responsáveis por fretar e financiar ônibus dos Estados para o acampamento em Brasília. Conforme a investigação, quatro alvos já foram presos nesta manhã. São eles: Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior, conhecido como “Ramiro dos Caminhoneiros”; Randolfo Antonio Dias; Renan Silva Sena e Soraia Bacciotti.
Entre os crimes cometidos estão a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
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No Pará, onde ocorre a operação “Última Patrulha”, a PF investiga seis alvos suspeitos de coordenar e financiar o movimento antidemocrático que vandalizou os prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional. Conforme a polícia, postagens nas redes sociais auxiliaram a identificação dos suspeitos.
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As postagens tinham dois objetivos principais: organizar caravanas de manifestantes de todas as regiões do País para Brasília para promover uma greve geral com a “tomada” dos Três Poderes e, assim, instalar uma intervenção militar; e para fazer novas obstruções de rodovias federais e ataques a refinarias, portos e aeroportos nos Estados.
Grupos de excursões que partiram de Belém a Brasília foram monitorados pela PF, inclusive por mensagens nas redes sociais incitando a destruição de patrimônios no Estado do Pará.
Já a operação “Lesa Pátria”, que ocorre nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, deve ser permanente, tendo em vista o grande número de pessoas envolvidas nos atos, desde aquelas que invadiram os Três Poderes, até as que incitaram financiaram a tentativa de golpe.
Presos
Entre os quatro presos identificados na manhã desta sexta-feira, 20, alguns já são conhecidos na mídia.
Renan Sena é engenheiro eletricista e ficou conhecido por agredir uma enfermeira com palavras de baixo calão e uma cusparada, durante manifestações pacíficas dos profissionais da saúde em Brasília, no dia 1º de maio de 2021. Renan era funcionário do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado pela ex-ministra Damares Alves.
Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior, conhecido como “Ramiro dos Caminhoneiros”, já foi candidato a deputado federal pelo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Partido Liberal (PL), e participa de inúmeros atos pró-Bolsonaro desde 2018, incluindo fechamento de rodovias e passeatas.
A intérprete Soraia Bacciotti, presa em Mato Grosso do Sul, participava de passeatas e manifestações antidemocráticas e é suspeita de estar nos atos terroristas do dia 8 de janeiro. Soraia trabalhou como intérprete de libras para o ex-candidato a governador de Mato Grosso do Sul, Capitão Contar (PRTB).
Preso em Belo Horizonte, Randolfo Antonio Dias participou do acampamento na capital de Minas Gerais e enviava mensagens pedindo a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, além de incitar a violência em protestos antidemocráticos.