21 de agosto de 2023

14:08

Marcela Leiros – Da Agência Amazônia

MANAUS – A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) afirmou nesta segunda-feira, 21, que ainda analisa tentativa de homicídio na agressão do casal Raimundo Nonato Machado e Jussana Machado ao advogado Ygor Colares e à babá Cláudia Lima, em Manaus. O casal foi autuado, inicialmente, por lesão corporal. A possível imputação de outros crimes dependerá da análise das provas no decorrer do inquérito policial, que tem prazo de 30 dias até a conclusão.

Em coletiva de imprensa na Delegacia Geral, zona Centro-Oeste de Manaus, o delegado-geral Bruno Fraga afirmou que, diante das provas apresentadas no momento em que foi feito o boletim de ocorrência, o delegado plantonista entendeu por imputar, naquele momento, os crimes de lesão corporal a Nonato Machado e Jussana Machado.

“Durante a apresentação, os elementos repassados foram analisados naquele momento, tanto o servidor quanto a esposa dele foram responsabilizados com o material que foi apresentado ao delegado“, explicou. “Posteriormente, chegaram alguns outros vídeos. Durante o correr do inquérito, possíveis novos crimes podem ser imputados ao servidor, mas, naquele momento, o que foi apresentado ao delegado foi colocado e foi entregue à Justiça. Ele foi responsabilizado, naquele momento, como coautor das lesões corporais cometidas contra a babá, ou seja, ele respondeu como se ele também tivesse batido na babá“.

Diante de acusações de uma possível omissão da polícia em não flagrantear o investigador, Fraga pontuou que o delegado de plantão no momento da ocorrência agiu cautelarmente. “O delegado que recebeu [a ocorrência], durante o plantão, ele agiu de forma cautelosa para que não houvesse nenhum tipo de acionamento ou exceção, haja vista que a prisão é uma medida de exceção“, explicou.

Além do procedimento criminal já instaurado e em trânsito, os procedimentos administrativos, para apurar as condutas administrativas do policial, também correm na Corregedoria da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas. O investigador está preso desde esse domingo, 20, na carceragem da Delegacia Geral. Ele pode ser expulso da corporação.

Após as agressões, na sexta-feira, 18, Jussana foi flagranteada por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, disparo de arma de fogo, lesão corporal e ameaça. O investigador foi responsabilizado como coautor das agressões. Ele foi liberado após assinar dois Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs) por lesão corporal. No domingo, 20, foi preso após determinação judicial.

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Entenda o caso

Raimundo Nonato Machado foi preso na manhã desse domingo, 20, ao se apresentar à polícia. O juiz plantonista do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) Alcides Carvalho Vieira Filho determinou, ainda no sábado, 19, a prisão preventiva do policial por tentativa de homicídio do advogado Ygor Colares e da babá Cláudia Gonzaga.

O juiz plantonista alegou que as provas apresentadas pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), que pediu pela prisão preventiva do investigador, demonstravam fortes indícios da autoria de Raimundo Nonato no crime.

A agressão ocorreu na noite de sexta-feira, 18, no estacionamento do condomínio Life Ponta Negra, no bairro Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus. Câmeras de segurança registraram o momento em que a esposa do investigador, a lutadora de jiu-jítsu Jussana Machado, agrediu a babá Cláudia Gonzaga e atirou no advogado Ygor Colares, que foi atingido com um tiro de raspão na perna.

Jussana usou a arma do investigador para atirar em Ygor Colares. Nas imagens, é possível ver que Raimundo Nonato entregou o revólver para a esposa antes de agredir o advogado. Ela também está presa, flagranteada pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, disparo de arma de fogo, lesão corporal e ameaça.