14 de setembro de 2023

14:09

Ívina Garcia – Da Agência Amazônia

MANAUS (AM) – O promotor de Justiça Walber Luís do Nascimento, que comparou a advogada criminalista Catharina Estrella com uma “cadela”, durante audiência no plenário da 3ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus, nessa quarta-feira, 13, já foi condenado em 2010 por envolvimento com membros de quadrilha investigada no “Caso Wallace”.

À época, Walber foi indiciado pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção passiva. O promotor foi condenado a dois anos e três meses de prisão, além da perda do cargo público, já que atuava no Tribunal do Júri de Manaus. Mais tarde a pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade.

No mesmo ano da condenação, Nascimento tinha sido afastado do cargo sob acusação de ganhar um carro New Beetle, no valor de R$ 50 mil, de Flávio de Souza, também condenado no caso por tráfico de drogas. O Promotor negou envolvimento com o caso e chegou a apresentar carnês de pagamento do carro importado.

Em 2015, Nascimento voltou a integrar o Ministério Público do Amazonas (MP-AM), após decisão favorável do ministro Napoleão Nunes filho, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com base no mandado de segurança impetrado por Walber, negado em primeira instância no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), o promotor então recorreu ao STJ onde obteve decisão favorável.

O “Caso Wallace” faz referência à investigação que teve como foco o apresentador e ex-deputado estadual, Wallace Souza, famoso pelo programa exibido entre os anos 1996 e 2008, chamado “Canal Livre”, atração da antiga filiada regional da Band no Amazonas, que foi acusado de encomendar mortes de rivais para passar na televisão.

O caso ganhou projeção internacional e resultou na produção da série documentário “Bandidos na TV”, produzido para a Netflix. Com sete episódios dirigidos pelo britânico Daniel Bogado, a série retrata a história de Wallace Souza, a partir da visão de pessoas envolvidas no caso e dos jornalistas Paula Litaiff, Mário Marinho e Clayton Pascarelli, que atuaram na cobertura local.

Entenda o Caso

Walber Luís do Nascimento foi denunciado nessa quarta-feira, 13, ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), após associar a advogada criminalista Catharina Estrella a uma “cadela” durante audiência no plenário da 3ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus.

Em vídeo disseminado nas redes sociais, o promotor diz que “não ofenderia uma cadela” ao comparar Catharina Estrella ao animal. “Eu disse que os cachorros eram fiéis, eram leais. Levando em consideração a lealdade, eu não poderia fazer essa comparação dela com uma cadela, porque senão eu estaria ofendendo a cadela”, diz Nascimento.

O presidente da Associação Brasileira de Advogados Criminalistas no Amazonas (Abracrim-AM), Vilson Benayon, disse que acionou o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). “A Abracrim, tanto estadual como nacional, acaba de representar no Conselho Nacional do Ministério Público para que esse mal sirva de exemplo para futuras agressões à advocacia criminal”, disse.

Por outro lado, a Associação Amazonense do Ministério Público (AAMP), entidade representativa de classe, manifestou apoio ao promotor e disse que a declaração de Walber foi distorcida pela advogada e a acusação é “injusta”.

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Veja vídeo: