31 de outubro de 2023

14:10

Yana Lima – Da Agência Amazônia

MANAUS – Dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) mostram que os nove Estados da Amazônia Legal registraram 1.173 ocorrências aéreas nos últimos dez anos. Os dados abrangem acidentes, incidentes e incidentes graves. Dessas ocorrências, 120 foram classificadas como “acidentes fatais”, resultando em 239 mortes.

A diferença entre acidente e incidente está na consequência de cada ocorrência. Um acidente resulta em lesões a passageiros e tripulantes, enquanto um incidente não causa danos físicos a pessoas.

Esses dados mostram, por exemplo, que a queda de um avião de pequeno porte no último domingo, 29, em Rio Branco, no Acre, causou mais mortes do que nos últimos dez anos no Estado. Foram 12 mortos, enquanto na última década, dois acidentes, em 2018 e 2019, haviam causado a morte de quatro pessoas. O Estado teve 46 ocorrências na última década, tendo o segundo menor registro da região, ficando atrás apenas de Rondônia, que registrou 55 ocorrências.

Um dos aspectos mais trágicos dessas ocorrências aéreas é a perda de vidas humanas. Dos 1.173 incidentes, 120 resultaram em vítimas fatais; 239 pessoas morreram nestas ocorrências na Amazônia Legal.

Na região amazônica, as ocorrências aéreas mais recorrentes nos últimos anos incluem falha de motor, estouro de pneu, perda de controle e excursão da pista.

Acidente no Acre

O Cenipa investigará as causas do acidente ocorrido no último domingo, 29, quando um avião de pequeno porte caiu e explodiu pouco após a decolagem, próximo à pista do Aeroporto Internacional de Rio Branco, no Acre. Todas as 12 pessoas a bordo morreram.

Até o momento, não há informações sobre o que teria levado à queda. A empresa proprietária da aeronave, ART Taxi Aéreo, afirmou que o avião estava em conformidade com as normas e regulamentos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Acidentes na Região Amazônica

Mato Grosso lidera o ranking da região, com um total de 337 ocorrências aéreas na última década. Entre as ocorrências, está a queda de um avião que deixou duas pessoas mortas e duas feridas, em Cuiabá, no início de outubro deste ano. A aeronave King Air C90, é do mesmo modelo da aeronave que caiu e matou a cantora Marília Mendonça, em novembro de 2021.

Em segundo lugar na região, o Pará contabilizou 301 ocorrências aéreas no período. Entre eles, um acidente ocorrido em 2013, com um avião bimotor que caiu a 20 km do aeroporto de Monte Dourado (PA). Dez trabalhadores morreram. Eles eram empregados que estavam sendo transportados para a obra de construção da Usina Hidrelétrica Santo Antônio do Jari, no Estado do Amapá.

O Amazonas é o terceiro da lista, com um total de 230 ocorrências. O acidente que aconteceu em setembro deste ano, no município de Barcelos, e que matou 14 pessoas, é considerado o que registrou mais mortes no Brasil desde 2011, segundo dados da Rede de Segurança da Aviação (ASN) da Flight Safety Foundation.

Estatísticas

O Painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer) é uma ferramenta de visualização de dados desenvolvida pelo Cenipa, que permite pesquisar as ocorrências aeronáuticas ocorridas no Brasil nos últimos dez anos, reportadas no Portal Único.

Todos os relatórios publicados pelo Cenipa são disponibilizados à Anac e ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), para que as análises técnico-científicas das investigações sejam utilizadas como fonte de dados e informações, para a identificação de perigos e a avaliação de riscos.

Edição: Eduardo Figueiredo

Revisão: Gustavo Gilona