‘São mulheres negras e trabalhadoras’, diz governador do PA sobre primeiras imunizadas

Enfermeira Shirley Maia e a técnica de enfermagem Marielza Monteiro são as primeiras imunizadas no Pará. (João Paulo Guimarães/Revista Cenarium)

19 de janeiro de 2021

17:01

João Paulo Guimarães – Da Revista Cenarium

BELÉM – Esta terça-feira, 19, marcou o início da campanha de vacinação no Pará. A primeira imunizada é a Enfermeira Shirley Cuimar Cruz Maia, de 39 anos, profissional da área da saúde. Além dela, mais dois profissionais de saúde também foram vacinados: a técnica de enfermagem Marielza Monteiro, de 57 anos, e o enfermeiro João Bernardo, de 37 anos, que é servidor de Ananindeua.

Uma mulher sorridente e tímida, ela encantou os presentes com a simplicidade das declarações à imprensa, trabalha há oito meses no Hospital de Campanha do Hangar Centro de Convenções (HCC). “Eu escolhi ser técnica de Enfermagem porque queria ajudar as pessoas e me sinto privilegiada e aliviada em ter sido vacinada hoje”, afirmou.

A primeira imunizada é a Enfermeira Shirley Cuimar Cruz Maia, de 39 anos, profissional da área da saúde. (João Paulo Guimarães/Revista Cenarium)

“São mulheres negras e trabalhadoras que representam o retrato das habitantes do Pará”, reiterou o governador Hélder Barbalho (MDB), que durante o evento especificou toda a campanha de vacinação na presença dos secretários de Saúde e de Segurança do Estado.

A cerimônia simbólica também foi acompanhada pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), que descontraído pela chegada da vacina quebrou o protocolo várias vezes. Rodrigues demonstrou seriedade ao criticar o Governo Federal quanto à administração da crise pandêmica no Brasil.  

Estado do Pará receberá 173.240 vacinas, onde as mesmas estarão sendo disponibilizadas de acordo com a primeira fase. (João Paulo Guimarães/Revista Cenarium)

Picos da Covid-19

Barbalho também frisou a necessidade de manter os protocolos de saúde e a parceria entre a Fiocruz Amazônia e Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ele foi incisivo ao lembrar que após o colapso de Manaus foi a vez de Belém amargar um pico da pandemia com Lockdown de duas semanas.

 “Só descansaremos quando vacinarmos todos os paraenses. Sabemos que é uma estrada difícil, mas estamos em contato com a Fiocruz e a Anvisa para viabilizar a vacinação em todo o Estado”, completou.

Rodrigues demonstrou seriedade ao criticar o Governo Federal quanto à administração da crise pandêmica no Brasil. (João Paulo Guimarães/Revista Cenarium)

Vacinação

Na primeira fase, o Estado do Pará receberá 173.240 vacinas, onde as mesmas estarão sendo disponibilizadas de acordo com o filtro da primeira fase, que inclui profissionais de saúde na linha de frente e indígenas aldeados. Assim como idosos institucionalizados e deficientes que estejam sob o cuidado do Estado.

Além disso, Helder foi o primeiro governador de Estado a entrar em área indígena, autorizado pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Ele esteve na terra indígena Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins, sudeste paraense, no início da tarde desta terça-feira, 19, para acompanhar o início da vacinação contra Covid-19 nos povos tradicionais.

Três grupos indígenas, Gavião Akrãtikatêjê (da Montanha), Gavião Kykatejê e Gavião Parkatêjê, formam os habitantes desse território, que começaram a ser imunizados. Neste primeiro momento, 90 indígenas cadastrados na Funai (Fundação Nacional do Índio) receberam hoje as vacinas encaminhadas pelo Governo do Estado.