Servidor de prefeitura do interior do MT movimentou R$ 3 milhões em conta particular

10 de abril de 2024

21:04

Davi Vittorazzi Da Agência Cenarium

CUIABÁ (MT) A Polícia Federal identificou que um servidor municipal de Barra do Garças (distante 516 quilômetros de Cuiabá) movimentou mais de R$ 3 milhões, sendo que ele recebe apenas um salário mínimo. Ele foi alvo da Operação Caliandra, deflagrada nesta quarta-feira (10), que apura desvios de verbas federais na prefeitura.

Foram cumpridas 40 ordens judiciais, sendo duas de prisão e 38 de busca e apreensão. Os mandados foram cumpridos em Barra do Garças, Pontal do Araguaia, Cuiabá, Aragarças (GO), Porangatu (GO) e Jussara (GO). Uma das buscas ocorreu na sede da Secretaria de Planejamento Urbano.

A investigação apontou irregularidades na aplicação de recursos públicos federais repassados ao município de Barra do Garças, a partir de inquérito instaurado em 2022. Os desvios ocorreram em fraudes de contratos para reformas de uma orla, um porto e uma praça da cidade.

Procurado, o atual prefeito de Barra do Garças, Adilson Gonçalves (PSD), afirmou que as possíveis irregularidades são anteriores à sua gestão. Ele disse que a licitação para a revitalização da Orla do Rio Garças e da Praça Domingos Mariana ocorreram em 2020. Os dois convênios estão com obras paralisadas.

“Assumimos a gestão em 2021 e verificamos que as duas empresas que estavam tocando a obra, aparentemente, não tinham condições financeiras nem estrutura para tocar uma obra de tamanho e vergadura. De pronto, já entramos em contato com a Caixa, fizemos reuniões e, em 2022, entendemos pela rescisão do contrato diante de supostas irregularidades”, disse o prefeito.

Já o ex-prefeito da cidade, Roberto Farias, contou que foi surpreendido com a operação e alegou “ataques e perseguições”, em razão da proximidade das eleições municipais deste ano.

A investigação

Conforme a PF, esquema de corrupção teria ocorrido desde a elaboração dos projetos, a realização das licitações e a execução das obras. Os investigadores identificaram indícios de irregularidades na aplicação dos recursos destinados à revitalização da Orla do Rio Garças, da Praça Domingos Mariano (Beira Rio), e a revitalização e ampliação do Porto do Baé.

Um servidor público do município teve transações financeiras suspeitas com empresas e seus representantes legais, que possuíam contratos com a Prefeitura. O montante movimentado seria de mais de R$ 3 milhões. O servidor foi preso durante a operação.

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Edição: Hector Muniz