12 de abril de 2024

21:04

Jessika Caldas – Da Agência Cenarium*

MANAUS (AM) –

primeiro turno da eleição de 2024 está marcado para acontecer no dia 6 de outubro, mas as negociações e alianças podem mudar a qualquer momento o cenário da política amazonense. No jogo do poder, quem está demonstrando força atualmente é o partido União Brasil (UB), liderado pelo governador Wilson Lima, que possui número expressivo de prefeitos na sigla, em comparação com outros partidos como Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e Republicanos.

De acordo com levantamento realizado pela REVISTA CENARIUM, o União Brasil possui cerca de 51,61%, dos prefeitos do município, o equivalente a 32 chefes do executivo na sigla. Em segundo lugar no ranking de partidos com mais prefeitos, está o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), com 21,04% ou seja, 14 chefes do executivo. Em terceiro, está o partido de centro-direita, Republicanos, com 9,67%, que representa um total. de 6 filiados que atualmente exercem o cargo de prefeito.

Este cenário, pode mudar drasticamente, já que, 33 prefeitos dos 62 municípios não podem concorrer à reeleição neste ano. Isso porque, eles já estão no segundo mandato seguido. Segundo a legislação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) é proibido a eleição destes candidatos pela terceira vez. Entretanto, sobram 29 municípios onde os prefeitos com o primeiro mandato, podem concorrer a reeleição.

O UB, tem como presidente do diretório estadual o governador Wilson Lima, que atualmente conta com a maioria dos prefeitos no município. A CENARIUM, o cientista político, Helso Ribeiro, explicou o porquê da adesão de muitos políticos, para a sigla do governador. O especialista, classificou o ato como sendo de uma tradição entre os prefeitos não tão somente dos municípios do Amazonas, mas em todo o país

“Ir para a sigla do governador, é uma tradição na política brasileira e não é só no Amazonas. Isso ocorre Brasil afora. As prefeituras sabem que não conseguem ter apoio para gerenciar sem o auxílio do governador. Ao mesmo tempo, elas sabem que é através do governador que será possível faze muitas coisas. É o governador que abre os caminhos para o Governo Federal, e devido a isso, há uma filiação em massa ao partido do governador ou partidos aliados ao do governador, visando uma filiação apenas eleitoreira, e não ideológica”. Refletiu

O segundo partido que mais possui prefeitos filiados no Amazonas é o MDB, presidido pelo então senador, Eduardo Braga. Ouvido pela CENARIUM o secretário-geral do partido no Amazonas, Miguel Capobiango afirmou que o crescimento do partido se dá pelas propostas e ideias que o partido leva consigo. Quanto ao questionamento sobre a quantidade dos candidatos que o partido terá nas eleições deste ano, Capobiango, se limitou a dizer que os nomes serão confirmados apenas em convenção política a partir de julho.

O partido MDB, encerrou as eleições de 2020, com 14 prefeitos filiados ao partido. Até março deste ano, eram 10 prefeitos filiados. Mas ao fim da janela partidária, que embora não interfira na troca de partido pelo chefe do executivo, esse número voltou para 14. “Houve crescimento de Vereadores, temos 103 após a janela partidária.”, enfatizou Capobiango.

Leia mais: Partidos e federações devem alcançar, em média, 27,2 mil votos para eleger um vereador em Manaus

Já o partido de centro-direita, Republicanos, liderado pelo deputado federal Silas Câmara, conta atualmente com cinco prefeitos, nos municípios de: Anori, Careiro Castanho, Manacapuru, Itacoatiara, Silves e Tocantins. Por meio de nota, o partido informou que até o momento o planejamento é concorrer a 16 prefeituras, mas que este valor ainda não está definido.

Partidos e a simpatia de seus líderes

Conforme o cientista político, Carlos Santiago, o crescimento desses três partidos se dá pela simpatia dos políticos e da boa articulação nos momentos de negociação nos bastidores do poder.

“Isso é uma demonstração clara, não só da simpatia do governante, da boa articulação política, mas também da força da máquina pública, em que facilita e muito a aproximação e filiação de prefeitos do interior do Estado, que buscam obras, recursos para os seus municípios. E também do apoio político para suas eleições no Amazonas. Quem detém poder tem prefeitos ao seu lado. É o caso não só do governador, mas também do senador Eduardo Braga”, concluiu

Leia também: Veja quem deixou cargo no Governo do AM para concorrer às eleições em Manaus

Edição: Hector Muniz