22 de fevereiro de 2022
15:02
Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium
MANAUS – A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) informou, no início da tarde desta terça-feira, 22, que decretou o afastamento cautelar por 30 dias de um professor concursado da disciplina de Anatomia, da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA/UEA). O afastamento ocorreu depois da Polícia Federal (PF) do Amazonas realizar uma operação contra o tráfico internacional de órgãos.
O professor, que não teve o nome divulgado, é suspeito de enviar uma encomenda contendo uma mão e três placentas de origem humana de Manaus com destino a Singapura. O destinatário é um “famoso designer indonésio que vende acessórios e peças de roupas utilizando materiais de natureza humana”.
Segundo a UEA, durante a execução do mandado de busca e apreensão, um computador e peças anatômicas tratadas por meio de plastinação, uma técnica utilizada como prática de ensino da disciplina, no laboratório de anatomia, foram levados pelos policiais para perícia.
Ainda de acordo com a nota enviada à imprensa, o referido laboratório realiza a técnica de plastinação desde 2017. “A plastinação é um procedimento técnico de preservação de matéria biológica, criado pelo cientista Gunther Von Hagens, em 1977, e que consiste em extrair os líquidos corporais, tais como a água e os lipídios, por métodos químicos, para substituí-los por resinas elásticas de silicone e rígidas epóxicas”, explicou o documento.
“Após tomar conhecimento do ofício que determinou o afastamento cautelar do professor investigado e da ação de busca e apreensão, no laboratório supracitado, a Reitoria da UEA cumpriu a ordem judicial e determinou a abertura de sindicância para a apuração dos fatos e responsabilidades”, finalizou a instituição.
Operação ‘Plastina’
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira, 22, a Operação “Plastina”, por meio da qual são investigados fatos relacionados a possível prática do crime de tráfico internacional de órgãos humanos.
Segundo as investigações, o investigado enviou órgãos humanos plastinados para Singapura. Caso seja condenado, o investigado poderá responder, “na medida de sua responsabilidade, pelo crime de tráfico internacional de órgãos humanos, com pena de até oito anos de reclusão”.
O nome da operação é uma alusão ao procedimento utilizado pelo investigado para conservar os órgãos traficados.