Vereador petista teme impacto de declaração de Lula sobe Holocausto em base evangélica
19 de fevereiro de 2024
16:02
Karina Pinheiro – Da Agência Cenarium
MANAUS (AM) – O vereador e líder do Partido dos Trabalhadores (PT), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), Sassá da Construção Civil, se desculpou nesta segunda-feira, 19, com os eleitores evangélicos durante a sessão plenária da Casa devido à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comparou no domingo, 18, a morte dos palestinos ao Holocausto perpetrado sistematicamente contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
“Eu peço por mim e pelo meu partido desculpas a todos os evangélicos pela fala do presidente Lula, que eu acho que ele não pode falar aquilo, ele não pode comparar judeus, tem que ter união”, disse o vereador.
Diante das declarações do presidente, ao comparar a ação militar de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza ao assassinato em massa de judeus liderado por Adolf Hitler, o que gerou repercussão negativa, especialmente de líderes governamentais de Israel e do próprio primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que classificou a fala como “vergonhosa” e convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv para repreendê-lo, segundo ele.
“É importante lembrar que, em 2010, o Brasil foi o primeiro País a reconhecer o Estado palestino. É preciso parar de ser pequeno quando a gente tem que ser grande. O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.
Os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2012, mostram que os evangélicos cresceram 22,2% de 2000 para 2010, tornando-se a segunda força religiosa no Estado. Conforme o levantamento, Manaus tinha 640.785 mil pessoas consideradas evangélicas. Na época, esse grupo religioso representava 18% das pessoas que confessavam uma religião.
Desde o início do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, líderes evangélicos saíram em defesa de Israel, baseando-se em apoio de fundo religioso, como a base teológica difundida que enxerga Israel como uma espécie de “relógio do fim do mundo”.
Além disso, há uma identificação dos evangélicos com o Antigo Testamento da Bíblia, que trata da história sagrada do povo israelita.