Vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin vem a Manaus debater sobre Zona Franca

Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB) (Sergio Lima/AFP)

14 de janeiro de 2023

15:01

Gabriel Abreu – Da Agência Amazônia

MANAUS – O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), confirmou com exclusividade à AGÊNCIA AMAZÔNIA neste sábado, 14, que virá a Manaus para debater com empresários e políticos do Estado sobre a Zona Franca de Manaus (ZFM).

A Suframa é vinculada a pasta que Alckmin está coordenando no novo Governo Lula. Este ano, o modelo de desenvolvimento econômico do Amazonas terá um grande desafio: a reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional.

Vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (Divulgação)

Ainda não há uma data definida para o debate acontecer na capital amazonense, por conta dos últimos acontecimentos em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram os Três Poderes e destruíram o Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).

Reconheço a importância da Zona Franca de Manaus e vou reforçar, ao lado do deputado Serafim Corrêa, a importância do debate sobre a Suframa. Estou dependendo só de agenda, pois estou ainda organizando o governo”, disse Alckmin.

Procurado pela reportagem, o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) confirmou as tratativas da vinda do ministro a Manaus. O parlamentar afirmou ainda que é “de grande importância para nos ouvir. Temos que estar preparados para esse debate“, afirmou o deputado.

Durante a campanha, o presidente Lula veio a Manaus e prometeu que a Suframa será preservada.

A Zona Franca vai ficar preservada. É um compromisso que a gente tem desde que eu fui candidato em 1989. Eu, quando era presidente, renovei [os benefícios fiscais do modelo econômico] por dez anos. A Dilma renovou por 50 anos e, então, a Zona Franca tem estabilidade durante muito tempo”, declarou Lula.

Superintendência

À CENARIUM, Alckmin disse ainda que não está definido o nome para a superintendência da Zona Franca de Manaus. De acordo com a imprensa nacional e local, o deputado federal José Ricardo (PT) é bem avaliado pela presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann.

Questionado pela reportagem, o vice-presidente não negou e nem confirmou, mas respondeu: “O José Ricardo ainda não está confirmado“, disse.

O deputado petista do Amazonas comentou que não foi oficialmente procurado para assumir a Suframa, mas que torce para que seja escolhido alguém que conheça a região e que fortaleça o órgão, enquanto gestão sustentável, voltada para bioeconomia.

Ele também recebeu com otimismo a vinda do vice-presidente a Manaus “Ótimo! É bom que ele conheça nosso parque industrial e a importância da Zona Franca para a economia do Amazonas“, afirmou José Ricardo. “É preciso proteger o modelo e garantir seus incentivos“, completou.

No ano passado, segundo a Suframa, os resultados são bastante favoráveis. Até setembro, as indústrias faturaram R$ 129,28 bilhões, o que representa crescimento de 8,69% em relação ao mesmo período de 2021 (R$ 119,95 bilhões). A expectativa da Suframa é de que, até dezembro, o faturamento global totalize, aproximadamente, R$ 175 bilhões, o que marcará um novo recorde de faturamento da Zona Franca de Manaus.

Sede da Suframa no Amazonas (Divulgação)

Desenvolvimento Sustentável

Ao tomar posse no dia 4 de janeiro, Geraldo Alckmin afirmou em discurso que a agenda principal para o novo governo, pautada no modelo econômico, visa reduzir impactos ambientais e incentivar o desenvolvimento sustentável.

A sustentabilidade é ponto de partida de toda a política industrial. A sociobiodiversidade será ponto de partida da nova política industrial; algumas frentes que serão exploradas no desenho de programas inclui o complexo industrial da saúde, energias renováveis, hidrogênio verde e mobilidade como alguns exemplos“, disse o ministro.

Alckmin ressaltou que a nova política visa um ganho coletivo, do empresário, do trabalhador e do meio ambiente, que devem trabalhar em harmonia, citando o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a posse do dia 1° de janeiro, no qual disse que as desigualdades são “as maiores chagas do País“.

O Brasil é um país socialmente injusto e economicamente desajustado. Há exclusão dos mais pobres e a inviabilidade econômica até para quem detém alguma capacidade de investimento. Nesse sentido, superaremos a lógica da ‘soma zero’ que coloca os setores econômicos uns contra os outros“, pontuou o ministro, que afirmou o compromisso de agregar valor à produção nacional.