‘Voa Brasil’ gera expectativa para consumidores e agências de turismo no AM

Pessoas realizam check-in em aeroporto (Antonio Cruz/Agência Brasil)

14 de julho de 2023

20:07

Pricila de Assis – Da Revista Cenarium

MANAUS – O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, declarou na quinta-feira, 13, durante evento na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que o programa “Voa Brasil” terá previsão de início para agosto deste ano. A iniciativa vai ofertar passagens de R$ 200 até R$ 800 por meio de um aplicativo, podendo emitir 1,5 milhão de bilhetes aéreos por mês.

A única exigência que garante a compra dessas passagens é que o viajante não tenha voado nos 12 últimos meses. Além de pessoas que não voaram recentemente, pensionistas, aposentados e universitários estão entre os públicos-alvo do “Voa Brasil”.

Segundo a economista Denise Kassama, consultada pela REVISTA CENARIUM, o Governo Lula está cumprindo com o que se comprometeu, que era promover a igualdade social no País. “A importância dessa preocupação com a inclusão das pessoas que têm uma renda mais limitada é um benefício para nossa região que, dificilmente, é contemplada nas grandes companhias aéreas, porque vir e sair do Amazonas é extremamente caro”, disse.

Ainda para a especialista, a questão das vendas de passagens do “Voa Brasil” com custo baixo vai refletir de modo positivo na indústria do turismo. “As companhias vão ganhar com essa adesão, especialmente, pelo fato de algumas aeronaves não ter todos os assentos aéreos ocupados. Além do que esse ‘bem bolado’ vai contribuir na economia local, pois, independente para onde as pessoas vão embarcar haverá consumo em todas as esferas”, analisa.

Limitações nas passagens

O consultor de viagens Michael de Oliveira avalia que as demandas nas agências vão crescer, mas que nem todos os trechos serão incluídos na compra dessas passagens. “Com as buscas, os hotéis e vendas de passeios, em consequência, também receberão muitos pedidos. Economicamente, isso vai gerar mais emprego e renda, porém, é importante avisar que o comprador não poderá escolher qualquer trecho, o que pode excluir destinos de maior demanda como São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza”, ressalta.

Imagem ilustrativa de pessoas planejando viagens em cima de um mapa (Reprodução/Internet)
Oportunidade

A técnica de enfermagem Bianca Alves comenta que ter um programa desse nível pode oportunizar voos a quem nunca saiu do Estado. “Apesar de acreditar que nem todos ainda vão poder ter acesso, devido a sua renda, fica também a questão de que deve haver fiscalização nessa demanda para que, de fato, tenha espaço para quem é de baixa renda ou tenha o perfil solicitado pelo governo federal, como estudantes, aposentados, além de pessoas com deficiência e outras classes”, pontua.

Já a universitária Barbara Savariego, que precisa viajar duas vezes ao ano de Manaus para Londrina, entende que o programa vem contribuir muito para os estudantes. “Muitos não conseguem voltar para as suas casas por conta do custo financeiro da passagem. Para poder ter algum dinheiro, os estudantes entram no campo da pesquisa científica para ser beneficiado com bolsa de estudo, que vai não só manter os custos durante todo o período da faculdade, mas ter recurso para viajar aos seus lares e ver suas famílias”, explica.

Turismo e demanda

Dados da Agência Estadual de Turismo (Amazonastur) registram que houve aumento de 17% de crescimento na geração de emprego por meio do turismo em 2021. O maior crescimento foi registrado no setor de hospedagem, de 46,7%, seguida por restaurantes, 24,5% e agências de turismo, 11,4%.

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a inatividade de voos chegou em abril desse ano a 22,4%. A pretensão do programa é poder diminuir esses assentos ociosos, especialmente, para as cidades de pouca procura.