13 de fevereiro de 2022
13:02
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS – Os alertas de desmatamento da Amazônia coletados pelo sistema de satélite Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre os dias 1º e 31 de janeiro, se concentraram principalmente nos Estados de Mato Grosso, Rondônia e Pará, segundo o Estadão. Em toda a região, foram desmatados 430 quilômetros quadrados de floresta nativa, o equivalente a 43 mil campos de futebol na mata em apenas um mês ou o equivalente ao tamanho da cidade de Jundiaí (SP).
O volume total representa um aumento explosivo em relação ao mesmo período do ano passado, com alta de 418% ante janeiro de 2021. A devastação de janeiro, conforme os dados, representa a maior área perdida desde 2016, quando foram iniciadas as medições pelo sistema Deter-B.
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Os Estados compõem o que especialistas chamam de “Arco do Desmatamento”. A expressão se refere a uma região que vai do Oeste do Maranhão e Sul do Pará em direção a Oeste, passando por Mato Grosso, Rondônia e Acre.
Desmatamento no Governo Bolsonaro
No último dia 4, uma nota técnica divulgada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) apontou a explosão do desmatamento em terras públicas federais na Amazônia desde o início do Governo Jair Bolsonaro (PL), destruição que atingiu um alarmante patamar.
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Os cientistas do instituto, uma organização não governamental, mostraram que a média anual de perda de floresta amazônica foi 56,6% maior, de 2019 a 2021, em relação ao período anterior ao Governo Bolsonaro, de 2016 a 2018 — já era observada uma tendência de crescimento do desmate, e períodos eleitorais, como 2018, tendem a registrar maiores taxas de destruição.
De 2019 até 2021, mais de 32 mil km² de floresta foram ao chão, o equivalente a cerca de 21 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Conforme o relatório, 51% do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, sendo 83% dessas ações em áreas de domínio federal. Em termos absolutos, as chamadas Florestas Públicas Não Destinadas foram as mais atingidas: tiveram alta de 85% na área desmatada, passando de 1.743 km² derrubados anualmente para mais de 3.228 km². No último ano, essa categoria de floresta pública concentrou um terço de todo o desmatamento no bioma.