19 de abril de 2024
22:04
Isabella Rabelo – Da Agência Cenarium
MANAUS (AM) – A Bancada das Manas, que surgiu como uma candidatura coletiva em 2022, irá tentar um formato diferente para concorrer às eleições em 2024. O movimento parlamentar participativo consiste em uma candidatura com diferentes lideranças envolvidas, porém com apenas um nome a ser indicado, conforme a legislação.
A chapa é composta por um grupo de cinco mulheres pré-candidatas: Michelle Andrews, Val Fontes, Marklize Siqueira, Alessandrine Silva e Patrícia Andrade. Segundo o grupo, o objetivo é emplacar o primeiro mandato 100% feminino e negro do Amazonas, além de popularizar a vida parlamentar, ampliar a transparência, bem como a participação dos amazonenses no exercício.
À AGÊNCIA CENARIUM, a produtora cultural Michelle Andrews falou sobre a candidatura da Bancada para este pleito municipal e questionou, ainda, as ações dos parlamentares em relação às necessidades da população.
“A maioria das pessoas que estão na Câmara, hoje, estão lá falando de pautas que são uma distração para a sociedade. A cidade possui várias necessidades de infraestrutura. A saúde básica está um caos e os nossos parlamentares não estão debatendo sobre isso. Nós queremos mostrar que é possível montar uma equipe de lideranças, que dá importância aos vários segmentos da sociedade”, salientou Andrews.
Candidaturas anteriores
No ano de 2020, o grupo concorreu às eleições pela primeira vez com o nome de “Bancada Coletiva”, sendo pioneiro nesse formato no Estado do Amazonas. Uma candidatura coletiva consiste em um conjunto de pessoas que se une em uma chapa como co-candidatos para concorrer a um cargo público.
Em 2022, o coletivo voltou a se candidatar, dessa vez adotando o nome Bancada das Manas, que mantém até hoje, alcançando a marca de 11 mil votos e se elencando como as mulheres mais votadas da Federação Brasil da Esperança no Estado. Apesar da expressividade, elas não alcançaram o quociente eleitoral necessário para se elegerem.
“A cada ano nós fazemos uma provocação nas eleições, além de debater pautas que acreditamos ser urgentes e relevantes para a sociedade. Queremos nos mostrar de forma diferenciada do que é colocado pela política institucional, que é sempre aquela pessoa com as suas propostas que favorecem algum segmento que ela defende”, declarou Michelle.
Única representante
Uma emenda aprovada pela Câmara dos Deputados (PL 4438/23) tentou proibir o modelo de candidatura. A proposta, apesar de não ter vingado no Senado, levantou críticas e opiniões contra as candidaturas coletivas. Para os opositores, a modalidade possui caráter ‘estelionatário’ e ‘enganador’, por eleger vários indivíduos por meio de votos em uma única pessoa.
Visando conservar a reputação, a Bancada das Manas decidiu voltar à corrida eleitoral apostando em um formato diferente para a candidatura, onde todas as integrantes participam das propostas e decisões, mas apenas o nome de Michelle Andrews será considerado para representar o movimento no momento das eleições.