Entretenimento do AM projeta expectativa para o segundo semestre

15 de abril de 2020

22:04

Carol Givone – Da Revista Cenarium

MANAUS – Empresários do setor de entretenimento do Amazonas, avaliam o cenário pós-Covid 19 no segundo semestre. Para eles, a remarcação dos eventos perdidos poderá contribuir com estabilização dos negócios e evitar maiores perdas, uma vez que os impactos da crise podem levar 580 mil profissionais ao desemprego em todo o Brasil.

Para tentar minimizar os impactos, a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape) e outras entidades do setor, estão solicitando ao público que adquiriu ingressos de festivais ou shows adiados, que não peçam o estorno do dinheiro.

Ainda segundo Abrape, cerca 52% dos eventos no país foram cancelados, adiados ou estão em situação incerta. Para contornar a situação, outra solução foi encontrada: Validar os ingressos para um outro evento de responsabilidade da produtora. 

Guto Oliveira, gestor da Fábrica de Eventos, conta que a empresa realizadora dos shows de Anitta, Wesley Safadão e Skank em Manaus, tem adotado essa medida para não onerar os lotes provenientes para a remarcação, previstas para o segundo semestre do ano. “O consumidor pode trocar o ingresso adquirido por um ‘voucher’. Dessa forma, esse ingresso pode valer para qualquer outro evento da Fábrica. A troca é válida para o mesmo tipo de ingressos, sejam vips para o mesmo tipo, bem como os de pista”.

Carlos Junior, da empresa Mode On Eventos, explica que não realiza mais festivais, atuando somente em eventos corporativos. “Tudo está parado. Não estamos mantendo caixa, atividades e outras atribuições. Uma possível solução seria produzir eventos online, estamos estudando isso. Voltar a funcionar é uma questão de tempo, só não sabemos quando. Corrida, festas de confraternizações, treinamentos devem voltar a acontecer, talvez em tamanhos menores. Mas não existe a possibilidade de fazer isso agora”, concluiu.

Cerca de 60% do PIB do setor no País é composto por membros Abrape. O órgão, afirma que os impactos da crise, podem levar 580 mil profissionais ao desemprego em todo o Brasil. Doreni Caramori Junior, presidente da associação, está apreensivo. É um cenário sem precedentes. Estimamos que 300 mil eventos deixarão de acontecer. Nosso setor está 100% fechado. Se considerarmos a população total de trabalhadores, algo em torno de 1,9 milhão de empregos, estamos falando em prováveis 580 mil demissões”.

Bares

Após 25 dias, ainda vigoram as determinações municipais e estaduais, que suspenderam grandes concentrações de público, para evitar o contágio do coronavírus.

Fábio Cunha presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Amazonas (Abrasel-AM), afirma que estabelecimentos noturnos tem tentando implantar o delivery, como uma forma de compensar as perdas. “Por serem noturnos, alguns bares chegam a ter uma perda total no faturamento. Para tentar compensar, alguns estão fazendo entregas”, comentou.

William Lauschner, proprietário do bar “Porão do Alemão”, foi um dos primeiros empresários locais a declarar em uma rede social, dificuldades para manter o local em funcionamento interno. “Nunca brinquei de ser empresário e sempre cumpri com meus compromissos como tal. Sem perspectiva até junho, com o Decreto Nº 4.790, não vejo outra opção a não ser demitir todos os meus funcionários. Mas pra pagar, tive que fazer empréstimo no banco, por que todos a que recorremos como representantes do entretenimento, falaram que não poderiam ajudar. E agora? Quem vai pagar essa conta?”, diz a postagem.

A pesquisa da Abrape, ainda apontou que 92% das empresas associadas já relataram prejuízos que chegam a casa dos R$ 290 milhões. O prejuízo frustra ass expectativas desse nicho para este ano, onde era estimando um aumento de quase 7% das receitas em shows e eventos em comparação com 2019.