14 de janeiro de 2021
16:01
Caroline Viegas – Da Revista Cenarium
PAÍSES BAIXOS – A exploração e destruição do verde, principalmente na Amazônia, mais uma vez foi destaque na mídia internacional. Em matéria publicada na quarta-feira, 13, o maior jornal da Holanda, Nederlandse Omroep Stichting (NOS), responsabilizou em grande parte os Países Baixos pelo desmatamento de áreas florestais.
A publicação contém dados oficiais do World Wide Fund for Nature (WWF), Organização Não Governamental (ONG) internacional que atua nas áreas da conservação, investigação e recuperação ambiental. Um relatório produzido pelo órgão, analisou as áreas onde o desmatamento é mais grave e concluiu que dos 24 “hotspots”, onde florestas ou partes delas desapareceram, nove estão localizados na Amazônia Brasileira.
“Segundo a WWF, os Países Baixos desempenham um papel desproporcionalmente grande nisso. Ao importar e comercializar principalmente soja para a pecuária, os Países Baixos causam desmatamento em outros países”, diz a matéria holandesa.
A publicação destaca ainda a crítica do especialista em florestas da WWF, Van Leeuwen, que comenta sobre a Holanda investir muito na pecuária da América do Sul e ser o maior importador de soja, óleo de palma e cacau, dentro da União Europeia. “Isso faz dos Países Baixos um motor relativamente grande do desmatamento”, afirmou.
Números oficiais
No Brasil, a medição do desmate considera sempre a temporada de agosto de um ano a julho do ano seguinte por causa das variações do clima: com essa divisão do tempo, os pesquisadores conseguem levar em conta o ciclo completo de chuva e seca na Amazônia.
Com isso, na temporada de 2019-2020, a mais recente divulgada, a área desmatada na Amazônia foi de 11.088 km², de acordo com números oficiais do governo federal, divulgados pelo Inpe por meio do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes).
De acordo com o Inpe, trata-se de um aumento de 9,5% em relação ao período anterior (agosto de 2018 a julho de 2019), que registrou 10.129 km² de área desmatada. É a maior área desde 2008, quando o Prodes apontou 12.911 km² desmatados.
Combate europeu
Conforme a matéria, atualmente a União Europeia já está trabalhando em uma legislação para combater a exploração madeireira das florestas tropicais.
“Mais de um milhão de pessoas pediram essa lei florestal, que garante que produtos que causaram o desmatamento não possam mais entrar no mercado europeu. Muitos cidadãos alegaram: não queremos desmatamento em nosso prato”, relatou Leeuwen ao jornal europeu.