‘Perdemos professores e alunos, não podemos arriscar’, diz reitor da Ufam, após retorno das aulas on-line

. (Reinaldo Canato/Folhapress)

09 de setembro de 2020

20:09

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – A centenária Universidade Federal do Amazonas (Ufam) está aos poucos retornando às atividades, após um semestre inteiro parada por conta da pandemia. Mesmo com o retorno via aulas remotas, na terça-feira, 8, já as aulas presenciais seguem o plano estabelecido pelas instâncias que compõem a estrutura plural e democrática da instituição.

De acordo com o reitor Sylvio Pulga, a adesão ao módulo remoto de aulas, foi grande. “Cerca de 1.015 docentes aderiram e ainda tivemos mais de 50 mil alunos inscritos para as aulas no formato remoto”, detalhou o reitor.

Sobre as aulas presenciais, a instituição segue plano programado que prevê o retorno somente em janeiro de 2021. “Vamos seguir os passos aprovados pelo nosso plano elaborado por todas as unidades acadêmicas e que foi submetido aos nossos conselhos superiores”, explicou.

Aulas no interior

Questionado sobre as dificuldades que o interior do Amazonas possui no que diz respeito ao fornecimento de internet e de como isso pode impactar na rotina dos estudantes e professores nas unidades onde a Ufam se encontra, o reitor adiantou que existe um planejamento.

“Temos a parceria com o Ministério da Educação, que é quem gere as infovias que são administradas pela Rede Nacional de Pesquisa (RNP) e será essa estrutura que iremos operar no interior”, esclareceu Puga.

Nas tratativas com RNP, foram previstas inclusive, de acordo com Sylvio Puga, situações que exijam uma intervenção mais incisiva. “Não assinamos apenas o acordo de oferta de sinal, também incluímos chips para alunos em situação de vulnerabilidade, no que chamamos de ‘auxílio digital’”, afirmou.

Docentes

Mesmo com um certo arrefecimento nos números da Covid-19 no Amazonas, a Ufam prossegue com o plano de contenção de atividades para evitar baixas em seus quadros. “Temos duzentos professores com a idade mínima de 59 anos ou mais e eles estão no chamado ‘grupo de risco’, os demais estão abaixo disso”, informou.

Já o grupo maior corresponde aos profissionais que estão abaixo dessa média. “Temos um quadro de professores cuja maioria está na faixa etária entre 40 e 50 anos, o que não significa obviamente, que estão fora de perigo”, observou.

A cautela segue para evitar perdas maiores. “Não vou entrar em números, mas tivemos uma taxa elevada de perdas de inativos e no quadro ativo também perdemos professores e alunos, não podemos arriscar”, finalizou Sylvio Puga.