29 de agosto de 2023

20:08

Winicyus Gonçalves – Da Agência Cenarium Amazônia

BOA VISTA (RR) – O prefeito de Alto Alegre, no interior de Roraima, Pedro Henrique Machado (PSD), é um dos alvos da Operação Leviatã da Polícia Federal (PF), que investiga o chefe do Executivo e um empresário chamado Handerson Torreia Lima, em suposto esquema de troca do direcionamento de licitações. Na investigação, a ação foi deflagrada nesta terça-feira, 29, e o processo corre em sigilo.

Durante a operação, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão expedidos pelo juiz federal Marllon Sousa, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), sendo que foram 12 para Boa Vista e dois em Alto Alegre. Um deles foi cumprido na casa do prefeito Pedro Henrique, no bairro Caçari, Zona Leste de Boa Vista. A AGÊNCIA CENARIUM AMAZÔNIA procurou a Polícia Federal, que informou não passar informações pessoais sobre eventuais envolvidos nas investigações.

Conforme a decisão judicial, policiais foram autorizados a recolher documentos e objetos relacionados às investigações, além de computadores, discos rígidos, dispositivos e mídias de armazenamento eletrônico de dados, incluindo celulares e valores em espécie acima de R$ 10 mil.

Pedro Henrique Machado é aliado do governador de Roraima, Antonio “Denarium” (PP), e está no segundo mandato como prefeito do município – que fica a 114 quilômetros da capital Boa Vista. Em 2021, ele teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por suspeita de trocar cestas básicas por votos.

Investigação

O inquérito foi iniciado após análise de materiais apreendidos em outra operação, quando foram encontradas conversas entre o empresário e o político sobre a contratação de uma empresa para serviços de engenharia para a Prefeitura de Alto Alegre.

De acordo com a PF, há indícios de que a organização criminosa tentaria obter propinas em troca do direcionamento de procedimentos licitatórios. Os policiais investigam processos de contratação de serviços relacionados à iluminação pública e a obras de asfaltamento e pavimentação.

Para mascarar os pagamentos das propinas, o grupo investigado envolvia empresas intermediárias, que por meio da simulação de venda de mercadorias, mediante emissão de notas fiscais “frias” e utilização de contas de “laranjas”, fariam o dinheiro chegar até o político investigado, sem que a origem do montante fosse identificada. Os valores dos contratos firmados com as empresas investigadas alcançam, aproximadamente, R$ 60 milhões.

As investigações apontam ainda que outros indivíduos estariam sendo atraídos para a organização, que passaria a contar com a integração de empresários, servidores públicos, empresas e “empresas de fachada”.

A CENARIUM AMAZÔNIA tentou contato com Pedro Henrique e com a defesa do prefeito, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria. A procuradora-geral do município, Rosa Benedetti, informou desconhecer, porém, confirmaram o cumprimento de mandados de busca e apreensão em Alto Alegre.

“Estive conversando com o delegado da Polícia Federal e ele não me passou isso. Inclusive, acompanhei a busca e apreensão, perguntei a respeito desse mandado, e ele falou para mim que não tinha. Acompanhei a busca e apreensão. Estive na residência do prefeito. Acompanhei”, destacou a procuradora-geral.

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Editado por Pricila de Assis

Revisado por Adriana Gonzaga